15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Infecção pelo vírus Epstein-Barr e oncogênese: uma revisão da literatura

Fundamentação/Introdução

As infecções parecem compor, depois do tabagismo, a mais relevante causa prevenível de câncer em seres humanos, sendo associadas em cerca de 20% aos cânceres em geral. O vírus Epstein-Barr (EVB) é o mais potente indutor de transformação e crescimento celular já conhecido, possuindo forte relação com o linfoma de Burkitt, o carcinoma nasofaríngeo e outros tipos de neoplasia.

Objetivos

Analisar a literatura mais recente acerca da relação entre infecções pelo vírus Epstein-Barr e o surgimento de neoplasias, bem como a sua capacidade de transformação celular.

Delineamento e Métodos

Revisão bibliográfica realizada por meio da busca nos bancos de dados PubMed/MEDLINE e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram utilizados os descritores: “Epstein-Barr”, “oncogenesis” e “carcinoma”. A busca abrangeu publicações do período entre o ano de 2014 e 2019 na língua inglesa e portuguesa. Foram encontrados 104 artigos, sendo selecionados 30 desses pela observação exploratória dos títulos. Destes, 12 se enquadravam nos critérios de inclusão.

Resultados

O EBV está associado a várias desordens proliferativas benignas e malignas de origem linfoide, sendo capaz de imortalizar linfócitos B em humanos. Na grande maioria dos tumores associados com infecção viral, nota-se longo período de latência entre a infecção e o aparecimento da neoplasia, como também uma baixa proporção de indivíduos infectados que desenvolvem tumor maligno. Os vírus oncogênicos parecem ser, portando, necessários, mas não suficientes para a indução das neoplasias a eles associadas, sendo que as condições no momento da infecção e outros fatores são essenciais e determinam com maior precisão o padrão da interação agente-hospedeiro. Os mecanismos de oncogênese são, principalmente, por: transformação direta celular (em que ocorre inserção de oncogenes virais ativos) e indução de imunossupressão, que acarreta redução da imunovigilância.

Conclusões/Considerações finais

Por se tratar de um vírus relativamente complexo, sua participação no processo oncogênico ainda tem evidências inconclusivas. Entretanto, a verificação da clonalidade do EBV, encontradas em muitas neoplasias, sugere que as infecções tenham precedido o processo tumorigênico, apontando fortemente para a participação do vírus nesse processo. A compreensão do EVB no organismo e seus mecanismos fisiopatológicos para o surgimento de neoplasias podem permitir novas abordagens para o tratamento e prevenção de tumores a ele associado.

Palavras-chave

Vírus Epstein-Barr, Neoplasias, Infecções.

Área

Clínica Médica

Autores

João Benez Marino, Eduarda Grigol Gruhn, Kassio Rios Silva, Ellen Priscilla Santos