15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Pneumonite de hipersensibilidade manifestando como pneumonia em organização: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A pneumonite de hipersensibilidade (PH) é uma síndrome caracterizada por inflamação difusa do parênquima pulmonar em resposta a inalação de antígenos, como bioaerossóis, microorganismos, poeira agrícola, entre outros. Possui intensidade e apresentação variáveis, um desafio na prática médica.

Pode ser classificada em aguda, subaguda ou crônica. A aguda é a mais comum e pode ser confundida com infecção viral ou bacteriana. A sintomatologia surge após 6 a 12 horas da exposição, com tosse, dispneia e fadiga. Ao exame físico, é frequente taquipneia e estertores pulmonares.

O diagnóstico consiste em uma história compatível associada à alteração no exame de imagem, principalmente a tomografia (TC) de tórax, e a boa reposta à corticoterapia.

Os achados na TC dependem do estágio da doença e variam de opacidades em vidro fosco e nódulos centrolobulares, que são os mais característicos, até bronquiectasias de tração e faveolamento. Achados estes que podem ser padrões da pneumonia organizante.

O tratamento baseia-se em evitar exposição ao antígeno e, em casos mais graves, na corticoterapia. O prognóstico é bom na maioria dos casos.

Objetivos

Relatar um caso de pneumonite de hipersensibilidade apresentando-se como pneumonia em organização.

Caso

J.R.A, 58 anos, apresentava queixa de tosse inicialmente seca, evoluindo para oligoprodutiva e dispneia progressiva. Quadro se iniciou claramente após início de trabalho manipulando grãos de café. Usou antibióticos previamente, sem melhora. Paciente não tabagista, usuário de varfarina por troca valvar metálica.

Ao exame, taquicárdico, taquipneico, dessaturando e com crepitações difusas. Exames: proteína C reativa alta, leucocitose as custas de linfocitose e hipoxemia na gasometria. Propedêutica reumatológica e sorologias virais negativas. Radiografia de tórax com opacidades difusas bilaterais e TC com opacidades centrolobulares e em vidro fosco. Baseado no histórico exposicional e na imagem, formou-se a hipótese de pneumonite de hipersensibilidade aguda (PHA).

Após corticoterapia e afastamento da exposição, paciente teve boa evolução clínica e radiológica.

Conclusões/Considerações finais

A PHA tem diagnóstico difícil, dado os amplos diagnósticos diferenciais. Ao médico, é impositivo anamnese detalhada e exame físico atento, base da boa prática médica.

O exame complementar junto à história clínica permitiu o diagnóstico do paciente, o qual obteve alta hospitalar em 13 dias após admissão e posterior remissão do quadro.

Palavras-chave

Pneumonite, hipersensibilidade, alergeno, dispneia.

Área

Clínica Médica

Autores

Juliana Barroso Zogheib, Clarice Moura Mata Machado, Fernanda Ramos Da Costa, Junia Rios Garib