15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Insuficiência Respiratória Aguda associada ao uso de polimixina B

Introdução/Fundamentos

A polimixina B é um antibiótico que atua sobre bactérias gram-negativas multirresistentes, e possui como efeitos colaterais nefrotoxicidade e neurotoxicidade, sendo a paralisia dos músculos respiratórios uma complicação rara, porém fatal. A maioria dos casos associadas com doença renal crônica (DRC).

Objetivos

Relatar caso de insuficiência respiratória aguda associada ao uso de polimixina B.

Caso

Paciente, sexo feminino, 44 anos, portadora de DRC devido a hipertensão arterial há 7 anos, dependente de hemodiálise. Submetida a transplante renal em 2013, com nefrectomia do enxerto em 2016. É internada com quadro de edema agudo de pulmão hipertensivo na data 09/07/18, com necessidade de intubação orotraqueal (IOT). Ao exame apresentava crepitações finas difusas em ausculta pulmonar, e pressão arterial entre 280x150 – 170x100 mmHg. Os exames laboratoriais mostraram leucocitose com desvio à esquerda. Foi então iniciado esquema de antibiótico (ATB) com claritromicina e amoxicilina com clavulanato. Após 3 dias obteve piora da função respiratória, leucocitose e febre independente e optado pela mudança do esquema de ATB, iniciado piperacilina e tazobactam. Evolui com melhora após dois dias sendo extubada. Após 4 dias nova piora clínica e leucocitose, trocado antibiótico para meropenem e polimixina. Após 36 horas da troca dos ATB, já em melhora clínica, paciente evoluiu com quadro de insuficiência respiratória aguda (IRpA), necessitando de IOT. A ausculta pulmonar normal, apresentando tiragem fúrcula esternal, com pressão arterial de 143x75 mmHg. Boa evolução, sendo extubada após 48 horas desse episódio, porém evoluindo com novo episódio de IRpA 24 horas após, necessitando de nova IOT. Foram levantadas duas principais hipóteses para o caso: reação a polimixina e síndrome da veia cava, essa pouco provável pela forma abrupta. Realizada tomografia computadorizada de tórax e pescoço, descartando síndrome da veia cava. Orientada a suspenção da polimixina, evoluindo sem novos episódios de IRpA. Após estabilização do quadro e melhora dos sintomas, paciente teve alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

Neste caso, a paciente evoluiu com quadros de IRpA após administração de polimixina. Provavelmente esse efeito adverso foi aumentado pela DRC. Descartado outras causas para IRpA, suspendeu-se o ATB, obtendo melhora do quadro e sem retorno dos sintomas.

Palavras-chave

Polimixina B. Insuficiência respiratória aguda. Doença renal crônica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil

Autores

Bruna Isabel Tontini, Eduarda Zampronio Boscardin, Geisiane Custódio, Joana Natália Pamplona