15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hipercalcemia da malignidade secundária a linfoma difuso de grandes células B do estômago: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A hipercalcemia é um achado frequente e quando ocorre em pacientes com neoplasia é denominada hipercalcemia da malignidade (HCM). É uma emergência oncológica e afeta 10-30% dos pacientes com câncer.

Objetivos

OBJETIVO: Relatar um caso que apresentou lesões líticas com hipercalcemia e, na investigação, foi descoberta uma neoplasia hematológica subjacente.

Caso

RELATO DO CASO: RM, 35 anos, branco, casado, ex-tabagista, ex-etilista, iniciou quadro de lombociatalgia esquerda, de 3 meses de evolução, acompanhada de perda ponderal de 10kg (não associada a dieta) e constipação. A ressonância magnética de coluna toraco-lombar revelou hérnia discal à esquerda em T11-T12. Foi submetido a laminectomia, pois havia estreitamento do canal vertebral – sem intercorrências. Porém, no pós-operatório, surgiu dor importante em membro superior esquerdo (MSE). O exame físico era normal, exceto por mucosas hipocoradas (+/4+) e força grau 2 em membros inferiores e grau 3 em MSE (critérios do Medical Research Council). Iniciado investigação com exames de imagem que revelaram lesões líticas difusas: arcos costais, vértebras, esterno, acrômio e úmero bilateralmente, e ossos da bacia. Os exames laboratoriais mostraram cálcio sérico de 15,0mg/dL (valor de referência (VR): 8,4-10,2), fósforo de 1,81mg/dL (VR: 2,5-4,7) e paratormônio (PTH) de 27pg/mL (VR: 14-72). Cálcio urinário, 25-hidroxivitamina D e peptídeo relacionado ao PTH estavam indisponíveis. Por haver altos níveis de cálcio com PTH normal, foi feita a hipótese de HCM – era necessário descobrir a neoplasia subjacente. Biópsias de medula óssea e crista ilíaca vieram sem malignidades; eletroforese de proteínas séricas sem pico monoclonal. Como ainda não havia foco neoplásico definido, optou-se pela avaliação do trato gastrointestinal e na endoscopia digestiva alta foram identificadas lesões ulceradas em estômago, cujo anátomo-patológico revelou infiltração linfocítica atípica na mucosa. O estudo imunohistoquímico confirmou linfoma de alto grau não classificável. Paciente foi submetido a quimioterapia com rituximabe, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona, sem intercorrências.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: A descrição desse caso permite atentar para um distúrbio eletrolítico comum, porém pouco diagnosticado: a hipercalcemia. Pode-se perceber, também, que a definição etiológica é o ponto mais importante na investigação, já que a hipercalcemia acidental pode ser a primeira manifestação de uma malignidade não diagnosticada.

Palavras-chave

Hipercalcemia; crise hipercalcêmica; linfoma difuso de grandes células B; hipercalcemia da malignidade

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Municipal Dr. Mario Gatti - São Paulo - Brasil

Autores

Letícia da Fonseca Lopes, Andressa Lino Gonçalves Proto, Alessandro Capatti Alves