15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGITE HERPÉTICA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Esofagite herpética (EH) é causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e deve ser suspeitada clinicamente pelo início agudo, e sem causa aparente, de uma tríade sintomática de odinofagia, pirose e febre. É uma infecção oportunista frequente em pacientes imunocomprometidos mas que raramente pode ocorrer em pacientes imunocompententes. Provavelmente é subdiagnosticada devido a possibilidade de ser paucisintomática. É uma complicação bem conhecida da imunodepressão, e o esôfago é a víscera mais frequentemente envolvida. Dentre os fatores de risco destacam-se: neoplasias hematológicas, tumores sólidos, doenças sistêmicas ou inflamatórias, infecção pelo HIV, diabetes mellitus (DM), insuficiência cardíaca (IC), uso de agentes imunossupressores. O diagnóstico é feito pela realização de endoscopia digestiva com estudo histopatológico e cultura. Possui habitualmente um curso benigno e o tratamento escolha é o Aciclovir

Objetivos

Relatar um caso de esofagite causada pelo vírus herpes simples

Caso

Paciente do sexo feminino, 76 anos, em tratamento para erisipela é admitida no serviço de urgência com queixa de febre, dor torácica e dor e edema em MMII com comprometimento da marcha. Paciente portadora de hipertensão, DM II, glaucoma, Fibrilação Atrial , IC dilatada, insuficiência vascular periférica e com diagnóstico de carcinoma ductal invasivo de mama.
Feito tratamento hospitalar com Ceftriaxona + Oxacilina + Meropenem com resolução da erisipela. Estava em uso de anticoagulante oral e evoluiu com hematoma retroperitoneal sendo submetida a drenagem cirúrgica com melhora do estado geral e estabilidade hemodinâmica. Posteriormente evoluiu com quadro de insuficiência renal aguda, dispneia e episódios de vômitos refratários a medicação. Realizado Endoscopia Digestiva Alta (EDA) com achado de lesões nodulares elevadas de bordas esbranquiçadas e núcleo heperemiado e erosões planas. Realizado biopsia com fragmentos de mucosa esofageana apresentando ulceração do epitélio com exsudato fibrinoleucocitário associado e formação de tecido de granulação, células epiteliais multinucleadas, com núcleos moldados e lavados, tendo o resultado compatível com esofagite herpética. Iniciado tratamento com Aciclovir

Conclusões/Considerações finais

A EH é uma doença autolimitada com um curso habitualmente benigno, no entanto, pode raramente apresentar graves complicações como perfuração esofágica e hemorragia gastrointestinal. Apesar do desfecho favorável é necessário sempre descartar a possibilidade de imunodeficiência

Palavras-chave

Esofagite herpética; herpes vírus

Área

Clínica Médica

Instituições

Unimontes - Minas Gerais - Brasil

Autores

Victória Spínola Duarte de Oliveira, Andreza Ritielle Alves Pereira, Ana Clara Fernandes Marques, Ana Teresa Fernandes Barbosa, Christine Mendes Silveira