15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Prevalência de depressão e seus aspectos em adultos com dor crônica

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: A depressão aparece como a segunda condição mais frequente associada a dor crônica, que permeia aspectos orgânicos e funcionais do indivíduo, sendo um fenômeno social. Estima-se que a dor crônica acomete até 39% da população brasileira, sendo na região Sul uma das maiores prevalências do país (43%). Além disso, cerca de 80% das consultas ambulatoriais possuem queixa de dor. A dor crônica parece estar mais frequentemente relacionada a transtornos depressivos, e a dor aguda, aos transtornos ansiosos. Alguns pesquisadores acreditam que a dor crônica seja uma variante do transtorno depressivo, forma mascarada ou somatizada de depressão.

Objetivos

Objetivos: Estimar a prevalência, o grau e as características da depressão em adultos com dor crônica, identificando sua repercussão laboral.

Delineamento e Métodos

Delineamento/Métodos: Estudo descritivo correlacional transversal observacional de abordagem quantitativa, com aplicação dos Questionário Sociodemográfico, Inventário Breve de Dor e Escala de Depressão de Beck II em uma amostra de 60 participantes em unidades básicas de saúde, sendo 30 com dor crônica (Grupo C) e 30 sem dor crônica (Grupo S).

Resultados

Resultados: Houve predomínio do sexo feminino (100% no Grupo C e 73% no Grupo S) em ambos os grupos, com média de idade superior no Grupo C (p<0,01). A prevalência da dor crônica, em mulheres, foi significativamente superior. Não foi identificada diferença significativa em afastamentos do trabalho por invalidez (p=0,5). As médias de dor mais fraca nas últimas 24 horas e dor mais forte nas últimas 24 horas variaram entre 4,3 e 6,4, interferindo em 40% das atividades gerais. Dor nas costas, em mais de um local e articulação foram os locais mais referidos. Houve diferença significativa entre os escores obtidos pelo BDI entre os grupos (p=0,01). Em relação aos sintomas, os mais frequentes no Grupo C foram alteração no padrão de sono, cansaço e falta de energia, enquanto no Grupo S, cansaço, indecisão e falta de concentração.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações Finais: Deve-se atentar na investigação da dor crônica para a coexistência da depressão ou da possível sobreposição de sintomas, uma vez que podem constituir um único diagnóstico, devendo o paciente ser manejado como um ser ímpar e complexo, e não apenas tratada sua comorbidade. É imprescindível reforçar que a aplicação dos questionários não delimitam diagnósticos - há pessoas que sofrem mentalmente categorizadas nas pontuações mais elevadas dos questionários.

Palavras-chave

transtornos depressivos; depressão; dor crônica; Beck Depression Inventory II; BDI-II; Brief Pain Inventory; BPI

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdades Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil

Autores

Cristina Detoni Trentin, Bruna Schuster Franco de Oliveira, Ana Paula Ferreira Gomes, Aline Pasqualli