15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

FEOCROMOCITOMA INFANTIL: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Introdução: Feocromocitoma é uma neoplasia rara, produtora de catecolaminas, e frequentemente possui origem na medula suprarrenal. A tríade sintomática de cefaleias, palpitações e sudorese, acompanhada de hipertensão arterial, é bastante característica. O interesse em se relatar o caso emergiu pela raridade da doença, especialmente para a idade do portador.

Objetivos

Objetivos: Relatar o caso de um paciente pediátrico com feocromocitoma e ampliar o entendimento das apresentações clínicas.

Caso

Caso: Masculino, 13 anos, hipertenso há 2, interna para investigação de neoplasia retroperitoneal. Nega dor em abdome e alterações do hábito intestinal. Em exame físico, taquicardia leve, com sopro em foco aórtico durante B2 e sudorético; abdome plano, depressível, indolor à palpação, com massa palpável em região periumbilical esquerda de aproximadamente 5 cm. Iniciou-se enalapril e apresentou bom controle de hipertensão após 7 dias. Ultrassom demonstra adenopatias retroperitoneais; tomografia computadorizada evidencia massa de 7 cm em retroperitônio em bifurcação da aorta abdominal com compressão de grandes vasos. Exame de urina demonstra concentração de catecolaminas 2800 UI/g/mL. No pré-operatório, utilizou-se propranolol 20 mg 12/12 h e doxazosina 2 mg 1x/dia. Apresentou picos hipertensivos no transoperatório durante a manipulação de massa extremamente vascularizada. No pós-operatório imediato, manteve-se hipotenso, com boa evolução sem uso de medicações anti-hipertensivas. Os achados histológicos e imuno-histoquímicos foram compatíveis com paraganglioma.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: Apesar de causa incomum para hipertensão, a possibilidade de feocromocitoma deve ser levantada em casos resistentes ao tratamento ou intermitentes, principalmente quando com outros sinais ou sintomas característicos. Embora mais comum sua ocorrência entre 40 e 50 anos, o diagnóstico não deve ser descartado na população pediátrica. Investigação e tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações e reduzir a mortalidade pelo tumor, dado a possibilidade de hipertensão potencialmente fatal em condições como indução anestésica e procedimentos invasivos. O fator genético associado ao caso relatado deve ser analisado, visto que tumores secretores de catecolamina hereditários normalmente se manifestam em idades mais precoces. Por fim, apesar da tríade ser considerada “clássica”, sua ausência não exclui o diagnóstico, visto que, de acordo com a literatura, a maioria dos pacientes não apresenta os três sintomas.

Palavras-chave

Feocromocitoma, Paraganglioma, Hipertensão, Pediatria

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Marcelo Fonseca Pereira, Guilherme Maia, Luiza Giuliani Schmitt, Carlos Jesus Pereira Haygert