15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Feocromocitoma como diagnóstico de síndrome coronariana aguda: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Feocromocitoma é um tumor raro, derivado de células cromafins, cuja localização mais comum é a adrenal, podendo localizar-se também no trajeto das células da crista neural. Devido à sua produção autônoma de catecolaminas, sua apresentação clínica inclui uma miríade de sintomas, sendo sua tríade clássica composta por cefaleia, palpitações e hiperidrose. Apresenta-se neste relato, caso de paciente masculino com quadro de dor torácica cujo diagnóstico foi feocromocitoma.

Objetivos

Relatar caso de paciente com dor torácica, evidenciando a importância do diagnóstico diferencial de síndrome coronariana aguda com demais patologias, a exemplo de feocromocitoma.

Caso

V.R., 54 anos, ex-tabagista, sem comorbidades, procura o serviço por dor torácica difusa, em aperto, não relacionada a esforço, sem fatores de alívio ou agravo e sem irradiações. Já havia procurado pronto atendimento anteriormente pela mesma queixa. Referia dor hipogástrica, sem alterações miccionais ou intestinais. Relatava rouquidão, não relacionada a faringite. Ainda, relatava perda ponderal de 5kg em 15 dias. Ao exame físico, PA de 140x60 mmHg, abdome doloroso à palpação, demais sistemas sem particularidades. Eletrocardiograma evidenciou alongamento de QT e taquicardia sinusal. Internado aos cuidados da Clínica Médica para investigação. USG de vias urinárias não demonstrou alterações. Dosagem de metanefrinas urinárias de 5.777, estabelecendo diagnóstico de Feocromocitoma. TC de Adrenal demonstrou massa hipervascular na adrenal esquerda, heterogênea, medindo 48 x 64 mm, podendo corresponder a feocromocitoma. Submetido a adrenalectomia, biópsia confirmou benignidade. Liberado do hospital em uso de Prednisona 5 mg/dia, Anlodipino 10 mg/dia, Doxazosina 2 mg 4 comprimidos pela manhã, Propranolol 20 mg 8/8 hrs. Manteve-se com PA controlada e resolução da sintomatologia inicial.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de dor torácica não ser um dos sintomas clássicos de feocromocitoma, devido à descarga adrenérgica dele decorrente, aquela pode ser uma de suas manifestações clínicas. Dessa forma, em casos de dor torácica sem sinais eletrocardiográficos de isquemia e enzimas cardíacas inalteradas, associada a demais sinais de excesso de catecolaminas, a hipótese diagnóstica de feocromocitoma deve ser considerada e investigada, inicialmente com a dosagem de metanefrinas urinárias e, se alteradas, TC de abdome para avaliação da lesão.

Palavras-chave

Glândulas Suprarrenais; Feocromocitoma; Diagnóstico

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Carolina Pereira Fischer, Maurício Felippi De Sá Marchi, Graziela Peluso Alba, Rodrigo Duarte Perez