15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Trombose de veia porta, mesentérica superior e esplênica associada a síndrome paraneoplásica por melanoma: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Melanoma cutâneo é considerada uma doença agressiva, com incidência estimada em 250.000 casos por ano a nível mundial. Cerca de 15 a 20% dos pacientes com câncer desenvolvem síndromes paraneoplásicas, as quais são secundárias ao câncer, porém não estão associadas com o efeito de massa ou a invasão do tumor primário ou suas eventuais metástases. Relata-se caso de paciente com trombose profunda do sistema venoso hepático e intestinal secundário a um melanoma cutâneo.

Objetivos

Relatar o caso de paciente com trombose de veia porta, mesentérica superior e esplênica devido à síndrome paraneoplásica secundária a melanoma e a importância de suspeitar-se de se tratar de evento secundário a neoplasias quando houver tromboses profundas e em veias não usuais.

Caso

Homem, 69 anos, caucasiano, ex-tabagista há 20 anos, procura o serviço por quadro de vômitos líquidos, sem produtos patológicos, 3 vezes ao dia, associado a hiporexia e náuseas há 1 mês, o qual melhorou espontaneamente em 3 dias. 5 dias depois, os sintomas retornaram, associando-se a hiporexia e prostração. Procurou a UBS, foi medicado com Amoxicilina, com melhora discreta dos sintomas. Após 4 dias, houve retorno da sintomatologia. Refere picos febris aferidos de 39ºC. Negava histórico epidemiológico de dengue ou leptospirose. Negava alterações urinárias ou intestinais. Exames laboratoriais demonstrando FAL e GGT alteradas. Realizado USG de abdome demonstrando trombose de veia porta, mesentérica superior e esplênica, confirmado pela TC de abdome. Ao exame físico, constata-se lesão assimétrica, de bordos irregulares, coloração variada, diâmetro maior de 6mm em região costal direita, dermatoscopia confirmando achado de ectoscopia, hipótese diagnóstica principal de melanoma. Realizou-se biópsia excisional com margem, que confirmou tratar-se de melanoma. Em seguida foi encaminhada para investigação oncológica ambulatorial e anticoagulado com cumarínico.

Conclusões/Considerações finais

Pacientes sem fatores de risco importantes para trombose venosa, previamente hígidos, que se apresentam com quadro de trombose venosa em localização não usuais, deve-se pensar em síndrome paraneoplásica. O reconhecimento precoce da possibilidade de tal evento ser secundário a uma malignidade subjacente permite um tratamento mais rápido e, portanto, diminui morbi-mortalidade, especialmente em casos como o descrito, em que a situação clínica do paciente representava risco de vida.

Palavras-chave

Melanoma; Trombose; Diagnóstico

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Carolina Pereira Fischer, Maurício Felippi De Sá Marchi, Graziela Peluso Alba, Rodrigo Duarte Perez