15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CISTO COLOIDE DO 3º VENTRÍCULO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA

Introdução/Fundamentos

O cisto coloide do 3º ventrículo é uma condição rara que corresponde de 0,2% a 2% dos tumores intracranianos. Wallmann, em 1858, descreveu-o como uma lesão benigna de crescimento lento que pode ser assintomática ou com sintomas hipertensivos devido a obstrução do forame de Monro. Nos indivíduos diagnosticados precocemente o prognóstico é favorável.

Objetivos

Relatar caso de “Cisto Coloide do 3º Ventrículo” em paciente, sem outras comorbidades relevantes.

Caso

T.N.Z, feminino, 56, em outubro de 2018, buscou o Ambulatório de Neurologia devido diminuição da acuidade visual bilateral, pior em olho esquerdo. Há 3 meses, referiu episódios diários de síncope associados a hipotensão. Um mês após, relatou episódio de cefaleia holocraniana pulsátil associada à fotofobia, fonofobia, náuseas e hipertensão arterial. No dia seguinte, ao despertar, teve perda súbita e transitória da visão. Na presente consulta, apresenta-se com perda gradual da visão e refere episódios de êmese. Traz resultado de uma Tomografia de Coerência Óptica, sem alterações. Ao exame, pupilas isocóricas e fotorreagentes, fundo de olho prejudicado devido degeneração macular bilateral, teste de convergência prejudicado no olho esquerdo, força muscular e reflexos preservados, apresentou déficit ligado ao músculo oblíquo superior esquerdo. Solicitou-se eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética (RM) de encéfalo com contraste. Ao retornar, em novembro, referiu piora progressiva da visão, negou novos episódios de síncope, todavia os quadros de cefaleia e hipertensão arterial permaneceram. EEG sem particularidades, porém, a RM demonstrou microangiopatia e formação nodular bem delimitada, levemente hipointensa em T1, hiperintensa em flair e T2, com leve realce capsular pelo meio de contraste, localizado no teto do terceiro ventrículo, protruindo para o interior dos ventrículos laterais, diagnosticando assim o cisto coloide. A paciente foi encaminhada ao serviço de Neurocirurgia para o tratamento definitivo.

Conclusões/Considerações finais

É relevante a compreensão pelo clínico de diagnósticos diferenciais em neurologia, principalmente para pacientes com sintomatologias claras e específicas que requerem um diagnóstico e tratamento precoce. Sabe-se que o cisto coloide é uma doença benigna que caso não tratada pode cursar com déficits neurológicos definitivos, portanto deve-se atentar em apresentações de cefaleias atípicas que possam se remeter a tumores intracranianos ainda em fase de crescimento.

Palavras-chave

Cisto, tumor, intracraniano, coloide.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Extremo Sul Catarinense - Santa Catarina - Brasil

Autores

IVO MARCOS DARELLA LORENZIN FERNANDES NETO, CRISTIANE VIEIRA, BETHANIA LUNELLI DA SILVA, GIOVANNA MELLER BURIGO, CARLOS ROBERTO DE MORAES REGO BARROS