15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A Filariose Linfática em região não endêmica do Brasil: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: A filariose linfática (FL) é uma doença parasitária crônica, causada pelo verme nematóide Wuchereria bancrofti, que provoca incapacidades físicas. A transmissão ocorre pela picada do mosquito culex quinquefasciatus infectado pela larva do parasito. Os vermes adultos causam lesões nos vasos linfáticos onde se desenvolvem: trato urogenital, membros superiores e inferiores. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a área endêmica no Brasil está restrita a quatro municípios situados em Pernambuco; entretanto, o caso relatado ocorre no do Rio Grande do Sul onde a fêmea do mosquito normalmente não é encontrada.

Objetivos

Objetivo: Relatar o caso de paciente com FL que reside na região sul do país.

Caso

Descrição do caso: Paciente sexo feminino, 53 anos, procurou a Unidade Básica de Saúde da cidade em que reside, relatando dor em membro inferior direito e inchaço. Havia extravasamento de transudato no membro e dificuldade para deambular. Relatou que possuía diagnóstico de “elefantíase” (forma crônica da filariose) havia vinte e quatro anos. Devido ao edema e ao extravasamento de líquido foi feita drenagem no local. Após, a lesão se manteve e com o tempo aumentou, abrangendo toda a parte posterior da perna. Resultou em uma úlcera, além do linfedema. Do aparecimento da lesão até o momento apresentou infecções no local e utilizou antibióticos, por vezes, apresentando melhora. Atualmente, a ferida ainda está exposta. A doença crônica restringe seus movimentos, inclusive tem questionado sobre amputação de sua perna a fim de melhorar a mobilidade. Como comorbidades, apresenta obesidade, diabetes mellitus e hipotireoidismo controlados.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão/Considerações Finais: Manifestações alérgicas podem aparecer em um mês após a infecção bem como esta pode ser assintomática. As microfilárias podem estar no sangue periférico 6 a 12 meses após a infecção pelas larvas e ser diagnosticadas pelo exame de gota espessa. O material deve ser encaminhado ao Serviço de Referência Nacional em Filarioses – Centro de Pesquisas Ageu Magalhães/Fiocruz-PE. Embora seja uma condição rara no Rio Grande do Sul, a elefantíase compromete severamente a qualidade de vida e deve ser considerada na prática clínica mesmo em locais não endêmicos. Pelo fato de que a doença persiste em alguns países e há migração a todas as regiões do Brasil, é preciso promover a vigilância, diagnosticar e erradicar o mosquito, além de notificar os casos (formsus).

Palavras-chave

Filariose Linfática; Wuchereria bancrofti; Zoonoses; Parasitas; Rio Grande do Sul;

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Julia Ferraz, Felipe Flach, Luana Antocheviez Oliveira, Neidi Isabela Pierini, Elisete Elisabete Arend