15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIV positivo não progressor em longo prazo sem uso de terapia antirretroviral: relato de um caso com 11 anos de acompanhamento

Introdução/Fundamentos

Introdução: A história natural da infecção pelo HIV associa-se à depleção progressiva do número de linfócitos TCD4+, principal célula alvo da replicação viral. Pequena parcela, 5 - 15% dos infectados, mesmo sem terapia antirretroviral (TARV), apresenta-se assintomática, com significativa estabilidade imunológica por períodos prolongados, os chamados HIV-positivos não progressores em longo prazo (LTNP). Dos LTNP, menos de 1% apresenta carga viral indetectável, inferior a 50 cópias de RNA/mL, os chamados controladores de elite (EC).

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso HIV- positivo sem uso de TARV em paciente LTNP.

Caso

Descrição do caso: Paciente feminina, 64 anos, portadora do HIV há 11 anos, com dupla confirmação sorológica em testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV e acompanhada pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) desde 2008. Assintomática; VDRL, HBsAg, Anti HBC total e Anti HCV não reagentes, manteve-se sob monitoramento da carga viral (CV) pelo método b-DNA durante os anos de 2008 a 2012, seguindo intervalos preconizados pelo Ministério da Saúde, com manutenção da CV inferior ao limite mínimo de cópias detectáveis durante todo o período. No mesmo intervalo, os valores observados na contagem de TCD4+, pela técnica de citometria de fluxo, em células/µl, estiveram compreendidos entre 1356 e 1666 e a relação CD4+/CD8+ oscilou de 1,78 a 2,19 em intervalos não lineares. Seguindo protocolo clínico vigente do período, a TARV não foi indicada. A partir de 2014, o monitoramento da CV passou a ser realizado pelo método de ensaio para uso in vitro da transcriptase reversa associado à reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). O primeiro RT-PCR resultou em uma CV de 71 cópias (log: 1,851) associada a uma contagem de LTCD4+ de 1081 céls/µl e uma relação CD4+/CD8+ de 1,95. Evoluiu com CV indetectável nos dois anos posteriores, CV inferior ao limite mínimo de cópias detectáveis em 2017, e indetectável em 2018 e 2019. Nesse ínterim, a contagem de LTCD4+ em células/µl, variou de 826 a 1451. Mantém-se assintomática, sem nenhuma intercorrência para o início da TARV.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A apresentação clínico-laboratorial ratifica um caso raro de HIV-positivo, assintomático, que permanece virologicamente estável ao longo desses 11 anos, mesmo sem uso de TARV, sugerindo, dessa forma, um possível caso controlador de elite. Todavia, o acompanhamento médico-laboratorial precisa ser mantido a fim de detectar precocemente possíveis intercorrências.

Palavras-chave

Palavras-chave: HIV, não progressores em longo prazo, antirretroviral.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal da Grande Dourados - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Iury Venâncio Pinheiro, Gustavo Marques Costa, Heitor Contato Poliseli, Patrícia Rossales Piassarollo, Rosana Alves Vieira Carneiro