15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE HISTOLÓGICA E MORFOMÉTRICA DE NERVOS PERIFÉRICOS HUMANOS DESCELULARIZADOS POR DIFERENTES MÉTODOS

Fundamentação/Introdução

Novas opções de enxertos de nervo para reparação cirúrgica se fazem necessárias devido à sua baixa disponibilidade. A descelularização de aloenxertos mostra-se favorável na obtenção de tecidos acelulares, no entanto, uma das dificuldades encontradas é a manutenção da estrutura anatômica.

Objetivos

Avaliar a descelularização de segmentos de nervo periférico de doadores cadáver e estabelecer critérios histológicos e histomorfológicos que indiquem o efeito da descelularização no enxerto.

Delineamento e Métodos

O estudo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foram utilizados 12 segmentos de nervos medianos e ulnares, bilateralmente, de seis doadores cadáver. Os nervos foram divididos e submetidos aos métodos M1- descelularização por processo químico, M2- descelularização por processo químico e físico e controle (não processado). As características estruturais dos nervos pré e pós o processo de descelularização foram avaliadas por histologia e histomorfometria pelas colorações H&E, Tricrômico de Gomori (TG), Luxol Fast Blue (LFB) e DAPI utilizando secções transversais. Para a análise histomorfométrica, foi avaliada e comparada a densidade do número de feixes com mielina pela área demarcada entre os nervos descelularizados e frescos utilizando teste t de Student.

Resultados

A avaliação histológica demonstrou efetividade dos processos de descelularização. Em segmentos controle corados em H&E, observou-se a estrutura dos canais e fascículos bem definidos, além epi, peri e endoneuro, presença dos núcleos das células de Schwann, presença celular, de canais e bainha de mielina. Nos fragmentos do M1 e M2, a estrutura dos fascículos permaneceu inalterada, sem núcleos celulares. O arcabouço colágeno foi mais visível na coloração TG, que tem maior especificidade ao tecido conjuntivo, apresentando a sua integridade após o processo de descelularização. Pela coloração de DAPI observou-se a presença de núcleo no grupo controle e ausência de material nuclear após processamento. A análise histomorfológica e a coloração LFB demonstraram significativa redução de mielina entre M2, M1 em relação ao controle, embora não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significantes. O diâmetro e a densidade total das fibras não foram modificados pelos métodos de descelularização.

Conclusões/Considerações finais

Os achados demonstraram que o tratamento dos nervos humanos com os métodos M1 e M2 resultaram em uma matriz descelularizada com propriedades estruturais preservadas.

Palavras-chave

Aloenxerto; Descelularização, Doador cadáver; Nervo, Transplante.

Área

Clínica Médica

Instituições

Laboratory of Emerging Infectious Diseases, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) - Paraná - Brasil

Autores

Letícia Corso MELO, Paula Hansen SUSS, Victoria Stadler Tasca RIBEIRO, Carlos Eduardo MOTOOKA, Felipe Franciso TUON