15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Síndrome de Optiz

Introdução/Fundamentos

Introdução: A síndrome de Opitz é uma condição genética que afeta várias estruturas da linha média do corpo. Nela há uma mutação no gene MID1 gerando acúmulo da proteína fosfatase 2A e assim uma hipofosforilação de proteínas associadas a microtúbulos. No espectro genético ela é heterogênea com uma forma ligada ao cromossomo X mapeada em Xp22.3 e uma outra, autossômica dominante situada em 22q11. Há suspeita clínica quando o indivíduo apresenta hipertelorismo e pelo menos um dos critérios maiores como proeminência frontal, ponte nasal larga, fissura de lábio/palato, defeitos traqueo-esofágicos, hipospádias e escroto bífido. Em metade dos pacientes há atraso no desenvolvimento neuropsicomotor(DNPM).

Objetivos

Objetivo: Descrição de quadro clínico de criança com síndrome de Opitz proveniente de uma gestante epiléptica.

Caso

Descrição do caso: APS, 3 anos, masculino, branco, procedente de Florianópolis com presença de genitália ambígua (hipospádia penoescrotal proximal e testículo bífido) e sopro cardíaco (comunicação interventricular perimembranosa) desde o nascimento. Na história familiar mãe tem epilepsia mioclônica juvenil e fez uso de ácido valpróico nos 2 primeiros meses de gestação e depois Fenobarbital (não informada a dose nem a marca). Via ultrassom diagnosticaram ureterocele à direita com dilatação nos terços proximal e distal, ureterohidronefrose direita, cisto na bexiga, rim direito topico com dilatação moderada do sistema pielocalicinal e afilamento do cortex renal direito. No exame físico geral foram detectadas dismorfias faciais como hipertelorismo, epicanto, fendas oblíquas para cima, filtro nasal longo e apagado, lábio superior fino e prega infra ocular evidente. Ademais, notou-se sindactilia discreta entre segundo e terceiro dedos das mãos e estrabismo. Na análise neurológica foi concluído atraso global do desenvolvimento e transtorno hipercinético com atraso de linguagem compreensiva e expressiva. Possui comportamento agressivo. Aguarda cirurgia de correção da hipospádia.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: apesar de nesse caso clínico o paciente ser proveniente de uma gestação que conteve uso de anticonvulsivantes não há publicações na literatura sobre a influência desses medicamentos na síndrome de Optiz. Porém, é possível hipotetizar que tal condição também possua componentes epigenéticos envolvidos e não somente os genéticos. O tratamento envolve intervenções cirúrgicas e terapias. Também é indicado aconselhamento genético no caso da forma ligada ao X.

Palavras-chave

síndrome de Optiz, gene MID1,anticonculsivantes,epiléptica

Área

Clínica Médica

Autores

Mariana Sandy Mada, Leandra Pauli, Mariana Ranção Oliveira, Mariana Nunes Miranda Carasek da Rocha, Iara de Sousa Coelho, Maria Marlene de Souza Pires