15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO AMAPÁ NO PERÍODO DE 2007 A 2017

Fundamentação/Introdução

A sífilis é um problema mundial que possui o Treponena pallidum como agente etiológico. Gestantes infectadas podem transmitir a infecção ao feto, provocando a sífilis congênita (SC), que pode cursar com aborto espontâneo, morte perinatal ou sequelas ao recém nascido. Por ser um problema de saúde pública, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) definiu a eliminação da SC como a incidência de 0,5 ou menos casos por 1000 nascimentos.

Objetivos

Descrever a ocorrência e o perfil dos casos notificados de SC no estado do Amapá (AP), Brasil, no período de 2007-2017.

Delineamento e Métodos

Estudo quantitativo e descritivo realizado com dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS. As variáveis consideradas foram: registro de nascidos vivos, notificações de sífilis materna e SC, período diagnóstico, cor, sexo, escolaridade materna e tratamento do parceiro

Resultados

No AP, entre 2007-2017 foram registrados um total de 167.496 nascidos vivos e 862 notificações de SC. Destes, 828 (96,05%) receberam o diagnóstico com até 6 dias de vida, 447 (51,85%) eram pardos e 453 (52,55%) do sexo masculino. A média anual no estado foi de 78,36 notificações, sendo 2013 o ano de maior ocorrência (113 casos) e 2015 o de menor (41 casos). A taxa de SC por 1.000 nascidos vivos foi de 2,58 em 2014 e de 7,25 no ano de 2013. Entre as parturientes, 357 (41,4%) apresentaram ensino fundamental incompleto, sendo ignorados 129 (14,9%) registros de escolaridade. O pré-natal foi realizado em 632 (73,3%) gestações, sendo este o momento de 286 (33%) diagnósticos de sífilis materna, seguido pelo período após o parto, com 282 (32,7%) diagnósticos. O parceiro recebeu tratamento em 116 (13,5%) dos casos, em 524 (60%) não foi realizado e 222 (25,8%) registros foram ignorados. Na evolução da doença, foram notificados 5 óbitos relacionados ao agravo.

Conclusões/Considerações finais

O AP possui taxa superior à incidência proposta pela OPAS para a eliminação da doença. Apesar de ser apresentado significativo acesso ao pré-natal, destaca-se a alta frequência da transmissão de uma doença que é evitável, de fácil tratamento e que, se tratada, promove partos semelhantes aos de mulheres não infectadas. Também constatou-se deficiência na realização de tratamento do parceiro, visto que apenas uma pequena parcela fez o tratamento da infecção. Outra associação é a vulnerabilidade social de acordo com o predomínio de baixo nível de escolaridade.

Palavras-chave

Epidemiologia; Sífilis; Amapá

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - Amapá - Brasil

Autores

Camila Lins Bilby Baima, Cláudia Guerra Xavier Da Silva, Amanda Alves Fecury, Thayna Almeida Batista, Victor Froes Gomes Santos