15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Unidade básica de saúde: a clínica médica na atenção primária.

Fundamentação/Introdução

Como proceder quando a herança afetiva de uma família e o contexto do cuidado familiar deixam de ser construtores de resiliência em um indivíduo e passam a ser condição de vulnerabilização? O olhar clínico seria suficiente? Ao elencar a família como um importante modificador do contexto social e do meio ambiente operacional esse trabalho tenta responder essas difíceis questões, um pouco ocultas na clínica médica porém de intensa necessidade de visibilidade.

Objetivos

Compreender e intervir, pelo olhar da atenção primária, na dinâmica interna de uma família pela esfera da saúde multifatorial.

Delineamento e Métodos

Acompanhou-se, semestralmente, uma família em nível primário. Selecionou-se um membro que necessitava de abordagem multifatorial e interviu-se nas esferas biopsicossociais, com auxílio do Arco de Maguerez.

Resultados

O paciente possuía 11 anos. Em um ambiente pouco afetivo, a criança deixou de acompanhar o ritmo escolar, possuía notória dificuldade em se expressar e seu processo de desenvolvimento infantil foi negligenciado pelos membros da família. Com a evidencia de uma situação de privação psicossocial, o acompanhamento resultou na classificação da criança como portador de vulnerabilidade cumulativa e preocupante. Frente a complexidade desse caso, contou-se com serviço especializado: o ambulatório DEDICA (Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente). A percepção da necessária promoção da qualidade de vida e interferência nos fatores que a colocavam em risco, incorporando ações programáticas de forma mais abrangente e desenvolvendo ações intersetoriais, foi o principal resultado do estudo.

Conclusões/Considerações finais

O acompanhamento psicológico, fonoaudiológico e com a equipe DEDICA, foram maneiras de acolher e incentivar a criança. A relevância da oferta da abordagem ampliada do processo saúde-doença foi o legado desse estudo. O estudo exigiu amparo, vínculo e suporte. Para isso mergulhou-se na vulnerabilidade dessa família, no contexto inserido para a superação das dificuldades. Esse mergulho levou a um porto seguro chamado DEDICA. Conclui-se, portanto, a importância de uma atenção primaria com os olhos abertos não apenas para as doenças biológicas/somáticas, mas também para as questões psicossociais.

Palavras-chave

Negligência; privação psicossocial; intervenção multifatorial; atenção primária;

Área

Clínica Médica

Autores

Emanuelle Leonel Ferreira, Gabriela Rebecca Hack, Aysla Rinaldo, Lara Leonel Ferreira, Paulo Ricardo Schneider Filho, Ipojucan Calixto Fraiz