15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Conduta terapêutica em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica: monoterapia ou terapia combinada?

Fundamentação/Introdução

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória comum, prevenível e tratável. Caracterizada por uma limitação crônica e progressiva do fluxo aéreo, é causada primariamente pelo tabagismo.

Objetivos

Diretrizes recomendam, como base terapêutica para a doença, o tratamento regular com um ou mais broncodilatadores de longa ação. Determinar a mais adequada terapia medicamentosa é de suma importância para a atenuação sintomática da doença e para um benéfico desfecho funcional dos pacientes. Dessa forma, o objetivo do trabalho é mostrar qual tratamento é mais adequado para a melhora na função pulmonar e na qualidade de vida dos pacientes: a monoterapia broncodilatadora com Glicopirrônio ou a dupla terapia com Glicopirrônio e Indacaterol.

Delineamento e Métodos

Ensaio clínico prospectivo, unicêntrico, controlado, cruzado, randomizado e duplo-cego com 10 semanas de duração. Nele, 14 pacientes com DPOC classificados, de acordo com a função pulmonar, no estágio II (volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) ≥50% e <80% do previsto para o normal) receberam Glicopirrônio e Indacaterol (50 µg/110 µg 1x/dia) ou Glicopirrônio (50 µg 1x/dia), por 4 semanas. Após esse período, os grupos inverteram para que todos tivessem acesso às duas terapias. Antes do início de cada opção terapêutica realizou-se ‘’wash-out’’ por 7 dias. Avaliações com testes espirométricos e a aplicação do questionário COPD Assessment Test (CAT) foram realizadas nos participantes antes e ao final de cada intervenção para análise inferencial. Os dados foram analisados pelo modelo de regressão linear misto no software R (R CORE TEAM, 2018).

Resultados

A melhora na função pulmonar, medida através do VEF1 em mililitros (ml), foi, em média, de 19 ml (± 36) para a terapia de Glicopirrônio e de 87 ml (± 33) para a associação de Glicopirrônio e Indacaterol. Pacientes com dupla terapia apresentaram, em média, VEF1 maior em 67,7 ml quando comparado aos em terapia simples (p=0,042). A melhora na qualidade de vida, medida a partir das pontuações do questionário CAT, foi de, em média, 4,7 (±8,9) pontos para a monoterapia e de 5,2 (±11) pontos para a dupla terapia (p=0,08).

Conclusões/Considerações finais

Os dois tratamentos demonstraram melhora na função pulmonar e na qualidade de vida e não diferiram na melhora da qualidade de vida dos pacientes. A dupla terapia proporcionou ganho superior de VEF1, estimado em 4,6 vezes, em relação a monoterapia.

Palavras-chave

DPOC; VEF1; Doença pulmonar obstrutiva crônica/tratamento farmacológico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Paulo Ricardo Schneider Filho, Emanuelle Leonel Ferreira, Lara Leonel Ferreira, João Adriano De Barros