Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTREPTOCÓCICO – RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A síndrome do choque tóxico estreptocócico é um processo autoinflamatório imunomediado pouco frequente, porém muito grave, resultando em choque e falência de múltiplos órgãos, com taxa de mortalidade podendo chegar a 70%. O Streptococcus beta hemolítico do grupo A é um dos agentes patogênicos mais comuns na infância, porém uma infecção invasiva em um adulto jovem sem comorbidades é um evento raro e pouco esperado.

Objetivos

Relatar caso de uma paciente de 20 anos apresentando quadro de infecção invasiva por Streptococcus pyogenes.

Caso

Paciente feminina, 20 anos, residente de Curitiba, previamente hígida, iniciou 15 dias antes do internamento com quadro de linfonodomegalia cervical, rash cutâneo em tórax e membros superiores, evoluindo com febre aferida, mialgia difusa, vômitos e diarreia. Houve piora do quadro clínico com prostração, icterícia, colúria, acolia fecal, edema progressivo em MMII e petéquias. Foi admitida em unidade de terapia intensiva por quadro de choque, com necessidade de droga vasoativa, sendo iniciado tratamento empírico com Ampicilina + Sulbactam. Durante investigação paciente apresentou disfunção renal Cr 1,7 e hepática BT 9,19 BD 7,95, alb. 2,7, TAP 1,7 e plaquetopenia 69mil . Sorologias virais para Epstein Barr vírus (EBV), citomegalovírus (CMV), toxoplasmose, hepatites virais, HIV e leptospirose negativas. Após 24 horas da admissão, duas amostras de hemoculturas mostraram crescimento de Streptococcus pyogenes. Com antibioticoterapia houve melhora progressiva do quadro clínico e laboratorial, porém com desenvolvimento de artrite de tornozelo esquerdo e joelho a direita, com resultado de antiestreptolisisna O (ASO) 666 UI/ml e complementos C3 e C4 baixos. Após 14 dias de tratamento, houve melhora resolução completa do quadro.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de raro em adultos, a Síndrome do Choque Tóxico estreptocócico pode ser fatal e deve ser suspeitada rapidamente para realização de diagnóstico e tratamento precoces.

Palavras-chave

síndrome do choque tóxico estreptocócico, Streptococcus pyogenes

Área

Clínica Médica