15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Apresentação atípica de acidente vascular cerebral hemorrágico: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Acidente vascular cerebral, cefaleia, pediatria.

Objetivos

Causa significativa de mortalidade e incapacidade permanente, o acidente vascular cerebral (AVC) pediátrico possui uma incidência anual de 2 a 13 casos a cada 100.000 crianças. Em relação ao AVC hemorrágico, essa taxa é ainda menor: entre 1,1 e 1,4 por 100.000 crianças. Além de ser raro, apresenta sintomas variáveis e por vezes inespecíficos, dificultando o diagnóstico e, consequentemente, prolongando o início do tratamento.

Caso

Relatar a apresentação incomum de AVC hemorrágico em um paciente pediátrico, ressaltando a importância da valorização do estado clínico.

Conclusões/Considerações finais

Paciente sexo feminino, 12 anos, após várias consultas médicas sem diagnóstico definido e sem melhora do sintoma, foi encaminhada para o Pronto Socorro devido à forte dor em região temporal direita iniciada após espirro. Durante o episódio, negou perda de consciência, visão, audição, alteração de força de membros, marcha e controle de esfíncteres. Além disso, negou quaisquer sintomas associados. Segundo familiar, paciente estava apenas levemente confusa. Esta refere bom desempenho escolar e prática de atividades físicas, sem nunca ter sentido cefaleia ou déficit motor ou cognitivo. Após realizada tomografia de crânio, foi evidenciada hemorragia de grande volume com desvio da linha média para esquerda. Realizou-se craniectomia descompressiva por AVC hemorrágico à direita após 3 dias. Também foi feita angiotomografia de crânio, a qual não evidenciou outras alterações. Paciente apresentou paresia em hemicorpo esquerdo, evoluindo satisfatoriamente durante os 14 dias de pós operatório. Recebeu alta hospitalar manifestando desvio da comissura labial para direita, ptose palpebral discreta à direita, sem alterações visuais, marcha com tendência a queda à esquerda, Romberg positivo para direita, força grau 4 em hemicorpo esquerdo, teste índex-nariz e índex-índex lentificado à esquerda e hiperreflexia em hemicorpo esquerdo. O exame anatomopatológico foi sugestivo de tumor, entretanto, a imunohistoquímica foi inconclusiva, sendo necessária uma nova intervenção cirúrgica.

Palavras-chave

Cefaleia é comum em pacientes pediátricos e, como raramente está associada a causas graves, muitas vezes é desvalorizada se isolada de outros sintomas. Entretanto, é imprescindível valorizar e investigar o quadro clínico do paciente para um diagnóstico precoce, pois um sintoma comum pode ser a única manifestação de uma grave patologia, principalmente na pediatria.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Amanda Lima Aldrighi, Leia Rigo Mezalira, Catarina Ribeiro Tassoni, Guilherme Pitol, Gustavo de Macêdo