15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO TOCANTINS, UMA MOLÉSTIA SERVINDO-SE DO DESMATAMENTO

Fundamentação/Introdução

Leishmaniose visceral, desmatamento, incidência.

Objetivos

A leishmaniose visceral é uma protozoose transmitida, aos seres humanos, pela picada de mosquitos flebotomíneos infectados por protozoários do gênero Leishmania. Nos últimos anos, ocorrências de leishmaniose visceral têm sido observadas nos estados da Amazônia Legal Brasileira, entre eles, o Tocantins, com aproximadamente 19% das manifestações da doença na referida área nos anos de 2014 a 2017. Ademais, há trabalhos que apontam o desmatamento como responsável por alterar o equilíbrio entre os vetores silvestres e humanos, sendo, portanto, motivo para maior incidência de leishmaniose visceral.

Delineamento e Métodos

Relacionar, mediante dados estatísticos, o número de casos de leishmaniose visceral com as taxas anuais de desmatamento da Amazônia Legal Brasileira ocorridos no estado do Tocantins no mesmo intervalo de tempo.

Resultados

Colheu-se, para estudo retrospectivo, informações quantitativas do banco de dados do Sistema Único de Saúde, pelo endereço eletrônico: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/leishvbr.def, no qual, primariamente, foi selecionado o sistema de informação de agravos de notificação de leishmaniose visceral (CID-10) no estado do Tocantins, secundariamente, foi selecionada a incidência na Amazônia Legal (residência) e, por fim, foi selecionada a visualização concomitante dos anos dos primeiros sintomas da enfermidade a fim de se obter uma tabela com o número de casos registrados a cada ano para o período de 2014 a 2017. Ainda, com o mesmo escopo, foram obtidos, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), pelo sítio: http://www.obt.inpe.br/prodes/dashboard/prodes-rates.html, dados quantitativos acerca do desmatamento da Amazônia Legal Brasileira referentes ao estado do Tocantins nos supracitados anos.

Conclusões/Considerações finais

Houve aumento, a cada ano, no estado do Tocantins, do número de casos de leishmaniose visceral e da área desmatada nos três seguintes anos: 2014 (192 casos e 50km² de área desmatada), 2015 (213 casos e 57km² de área desmatada) e 2016 (241 casos e 58km² de área desmatada). Ademais, em 2017, tem-se a mesma relação entre os fatos, haja vista que o número de casos e a área desmatada caíram para 234 e 31km² respectivamente.

Palavras-chave

Vê-se plausível correspondência entre a desflorestação e a leishmaniose visceral no estado do Tocantins, onde os anos com maior desmatamento cursam com mais casos da moléstia e o ano com menor desarborização, menos infecções. Faz-se o desflorestamento, posto isso, possivelmente oportuno à referida doença na região em questão.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Amapá - Amapá - Brasil

Autores

Gleiciane Alves Miranda, Amanda Alves Fecury, Gustavo Rodrigues Cunha, Paola Regina Rôlo de Almeida, Rafael Vargas Silva