15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Paralisia Tireotóxica Periódica: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: A paralisia tireotóxica periódica é uma complicação rara do hipertireodismo caracterizada por episódios recorrentes de paralisia flácida. A doença é mais comum em homens asiáticos, mas há relatos em pacientes de outras ascendências. A doença não tem uma fisiopatologia bem definida. Uma das hipóteses é que ocorra uma estimulação dos canais de Na+/K+ - ATPase nas células musculares esqueléticas pelo excesso de hormônios tireoideanos e catecolaminas. Haveria também uma inibição de canais que promovem o efluxo de potássio das células.

Objetivos

Objetivos: Descrever um caso de paralisia periódica hipocalêmica por tireotoxicose.

Caso

Caso: Paciente de 18 anos, masculino, afrodescendente, apresentou paresia súbita em membros inferiores (MMII) há 02 semanas com 2 episódios de fraqueza em MMII que apresentaram remissão espontânea com duração em torno de 10 minutos. Procurou o pronto socorro com a mesma queixa, pois o quadro estava durando mais de 2 horas e sem remissão. Negou doenças prévias, alergias ou uso de medicações. Ao exame físico, encontrava-se com frequência cardíaca de 120 batimentos por minutos, saturação de O2 98%, pressão arterial de 166x71mmHg. Durante investigação, apresentava potássio de 2,28 (VR: 3,6-5), sendo feito potássio endovenoso com melhora da hipocalemia. Ao exame físico apresentava tremor de membros superiores. Sem déficits motores. Apresentava aumento do volume da tireoide. Exames de função tireoideana evidenciaram TSH 0 (VR:0,35-4,94); T4 livre >5 (VR:0,7-1,48). Foi aventada a hipótese de paralisia periódica hipocalêmica transitória por hipertireoidismo por provável Doença de Graves. Apresentou melhora rápida do quadro após reposição de potássio. Foi iniciado tapazol e propranolol. Evoluiu sem novos episódios de paralisia. Foi visto um anticorpo anti - receptor TSH (TRAB) de 35 (VR:<1,5), confirmando a suspeita diagnóstica.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: A paralisia tireotóxica periódica deve ser suspeitada em pacientes que apresentam fraqueza muscular recorrente, transitória e com hipocalemia. Sinais de hipertireoidismo aumentam a suspeita clínica. Deve-se ter atenção durante a reposição de potássio, pois uma reposição agressiva pode levar a uma hipercalemia rebote, já que o que ocorre é um transporte exagerado do íon do compartimento extracelular para o compartimento intracelular. Beta-bloqueadores ajudam a reverter a fraqueza e prevenir episódios futuros. O controle do hipertireoidismo é essencial para resolução do quadro.

Palavras-chave

Hipertireoidismo, Paralisia, Potássio

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriel de Oliveira Araújo, Katianny Pereira de Araújo, Luciana Alves Almeida, Jackeline Andrade de Pinho