15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fatores de risco para declínio de cognição em idosos do meio rural da região norte do Rio Grande do Sul: Resultados preliminares

Fundamentação/Introdução

A demência é um emergente problema de saúde, uma das doenças mais comuns no idoso e causa de incapacidade e mortalidade. Assume proporções epidêmicas com o envelhecimento, mas outros fatores, como isolamento social, baixo nível de escolaridade e falta de estímulo, comuns no meio rural, podem contribuir significativamente.

Objetivos

Avaliar os fatores de risco associados ao declínio cognitivo em idosos que vivem no meio rural.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal em coleta final. Para avaliação da cognição foram utilizados três testes: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), considerando a escolaridade para os pontos de corte; Teste do Desenho do Relógio de quatro pontos; e Teste de Fluência Verbal Semântica dos Animais. Optamos para considerar como cognição prejudicada quando obrigatoriamente o MEEM fosse positivo e no mínimo mais um dos outros dois testes.

Resultados

Avaliamos 197 idosos residentes no meio rural da região norte do Rio Grande do Sul, 111 (56,3%) mulheres e 86 (43,7%) homens. Encontramos declínio da cognição em 33 (16,8%) participantes. A média de idade global foi de 70,00(±7,67) anos e ligeiramente maior naqueles com cognição prejudicada (72,55±9,16) comparado com aqueles classificados com a cognição preservada (70,02±7,31) (p=0,187). Com relação à classe social, dos 33 idosos com declínio da cognição, apenas 6 (18,2%) eram de classe alta ou média (classes sociais A ou B) e 27 (81,8%) eram de classe baixa (classes sociais C, D ou E) (p=0,05). Foi considerado baixa escolaridade seis ou menos anos de estudo, sendo que 76,1% da amostra tinham no máximo seis anos de estudo e, desses 24,9% eram analfabetos, porém, interpretamos que por grande parte da amostra ser de baixa escolaridade não foi encontrada associação com o prejuízo da cognição (p=0,952). Também não encontramos associações com sexo (p=0,340) e viver sem companheiro (p=0,640).

Conclusões/Considerações finais

O estudo está em fase final de coleta para atingir o cálculo amostral de 285, para garantir o poder estatístico. Mas os resultados já obtidos permitem ampliar informações sobre os fatores de risco para o prejuízo da cognição em idosos do meio rural. A idade foi ligeiramente maior naqueles com declínio e a classe social baixa foi associada com prejuízo cognitivo. A escolaridade muito baixa é uma informação que consideramos importante podendo influenciar ou confundir desfechos de saúde mental nessa população.

Palavras-chave

Demência
Idoso
Meio rural
Fatores de risco

Área

Clínica Médica

Autores

Martina Souilljee Birck, Jean Bernardo Dal Piva Minozzo , Natália Weber do Amaral, Roberto Pomatti Terrazas, Tatiana Dall Ago Aquilla, Daniela Bertol Graeff