Dados do Trabalho

Título

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE ATAQUES DE ESCORPIÕES NOTIFICADOS NO BRASIL

Fundamentação/Introdução

Ataques de animais peçonhentos são comuns mundialmente e acontecem principalmente em países tropicais. Ataques de escorpiões são principalmente causados pelo gênero Tityus, sendo as principais espécies T. serrulatus, T. stigmurus, T. bahiensis e T. obscurus. Observa-se na literatura mundial um aumento dos ataques desses animais devido principalmente a invasão do habitat movido pelo desmatamento. Nos últimos anos os ataques por escorpiões vêm aumentando no Brasil sendo que em 2007 correspondia a 30% das notificações dos ataques por animais peçonhentos, superando o ofidismo. Os ataques são mais comuns em zonas urbanas, sendo os homens na faixa etária economicamente ativa mais atacados e a população mais vulnerável à letalidade são crianças com menos de 14 anos que residem em áreas rurais.

Objetivos

Realizar um levantamento de dados sobre os casos notificados de ataques de escorpiões no Brasil.

Delineamento e Métodos

A metodologia utilizada foi um estudo retrospectivo de agregado temporal durante os anos de 2007 a 2017, os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) disponibilizado pelo Ministério da Saúde, os ataques selecionados para análises foram os acidentes com escorpiões.

Resultados

A presente pesquisa obteve um total de 770 mil ataques envolvendo escorpiões durante os anos de 2007-17, que resultou numa incidência de 35,54 (IC 95%, 28,37-42,71) casos para 100.000 habitantes. Não foi encontrada uma diferença estatística entre o número de casos por sexo. Numa análise entre os anos obteve-se um aumento de 200% dos ataques de escorpiões, esse crescimento apresentou um p de < 0,0001. Houve uma distribuição em duas regiões endêmicas de ataques uma concentrada na região Norte com destaque para o estado de Tocantins e um bolsão que envolveu principalmente as regiões Sudeste e Nordeste.

Conclusões/Considerações finais

Incidentes com escorpiões apresentam elevada incidência no território brasileiro, com destaque para a região norte, sudeste e nordeste que apresentaram os maiores índices de ataques nesse período.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica