15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DA ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS – UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

Fundamentação/Introdução

A Síndrome da Alice no País das Maravilhas foi reportada primeiramente em 1955 por John Todd, psiquiatra do Hospital Royds High em Menston, West Yorkshire. Sua nomenclatura se deve às sensações experimentadas pelos pacientes, semelhantes às vivenciadas pela protagonista de Alice’s Adventures in Wonderland, descrita por Lewis Carroll.

Objetivos

Identificar e compilar as principais características da Síndrome da Alice no País das Maravilhas.

Delineamento e Métodos

Realizou-se uma pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa através de uma Revisão Narrativa da Literatura. A busca bibliográfica foi de forma não sistemática na base de dados PubMed, com os descritores: Alice in Wonderland Syndrome OR Todd Syndrome. Foram incluídos os artigos publicados entre janeiro de 2013 a setembro de 2018 e que estivessem no idioma inglês. Estudos não disponíveis gratuitamente e pesquisas realizadas em não seres humanos foram excluídas. Foram encontradas 107 publicações. Destas, pela leitura dos títulos e resumos, selecionou-se 23 para serem utilizados. O banco de dados foi complementado com materiais da especialista do assunto. Por fim, realizou-se o levantamento de dados e a análise dos conteúdos.

Resultados

A síndrome é uma condição neurológica rara que afeta a percepção da visão, audição, tato, sensação e tempo. Pelo número reduzido de casos, os dados epidemiológicos de larga escala não são disponíveis. Não há etiologia específica conhecida, entretanto, as teorias mais aceitas apontam como principais causas infecção pelo Epstein-Barr vírus, migrânea, lesões no sistema nervoso central, tumores cerebrais, desordens psiquiátricas, medicamentos e drogas ilícitas. Estudos de neuroimagem de pacientes, revelaram regiões encefálicas envolvidas, destacando-se as áreas de intercepções temporo-occipital, parieto-occipital e temporo-parietal. Por isso, indivíduos afetados podem experimentar sensações de micropsia, macropsia, acromatopsia, entomopsia, pelopsia, desrealização, despersonalização, sentimento ilusório de levitação, alteração na percepção da passagem do tempo e entre outros sintomas. Não são todos os casos que necessitam de tratamento. Quando há indicações, deve ser direcionado à condição subjacente responsável pelo aparecimento do quadro.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de a síndrome ainda ser pouco conhecida e, muito provavelmente, diagnosticada de forma equivocada devido à falta de critérios diagnósticos claros, nos últimos anos estudos tem direcionado seus objetivos para aprofundar mais sobre o assunto.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Camila Cescatto Gonçalves, Fabricio Mulinari de Lacerda Pessoa, Vittoria Senna Devavid, Lucas Demetrio Sparaga