15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Eritema nodoso hansênico como manifestação inicial no diagnóstico da hanseníase

Introdução/Fundamentos

Introdução: Eritema nodoso hansênico (ENH) é uma reação inflamatória aguda relacionada à deposição de imunocomplexos (reação imunológica tipo 3), coincidente à evolução crônica e insidiosa da hanseníase. Caracteriza-se pela presença de nódulos eritematosos, rubor e dor local, associado a manifestações sistêmicas de intensidade variada.

Objetivos

Este relato tem por objetivo explanar sobre um caso de ENH como primeira manifestação da doença e alertar os profissionais a considerarem a hanseníase como uma provável causa de eritema nodoso em paciente residente de área endêmica da doença.

Caso

Caso: Paciente, 66 anos, do sexo feminino, residente em Sinop-MT, chega ao consultório de reumatologia com encaminhamento da UBS por suspeita de artrite gotosa. Paciente com quadro de febre, sudorese noturna e artralgia em articulações metacarpofalangianas proximais, cotovelos, punhos e tornozelos há 15 dias. Ao exame físico apresentava artrite em punhos e tornozelos. E uma discreta vasculite em pés. Apresentava lesões eritematosas nodulares, com algia e rubor associado, em membros superiores próximos às articulações. Nos exames laboratoriais apresentava hematúria e PCR de 26. Para serem descartados diagnósticos diferenciais como sarcoidose, lúpus, ou vasculites, foram solicitados alguns exames. Os resultados foram: PCR 48, VHS 105, FAN negativo, raio-x de tórax sem alterações. Foi feito uma terapia com três semanas de prednisona, onde houve melhora do quadro. Paciente foi encaminhada para investigação de hanseníase, onde o BAAR foi negativo e não instauraram a quimioterapia. Após término do tratamento com o corticoide a paciente apresentou recidiva das lesões, onde foi feito o diagnóstico presuntivo de eritema nodoso hansênico, devido ao quadro clínico de eritema nodoso em membros superiores em área endêmica e caso de hanseníase em familiar próximo. Foi instalada a poliquimioterapia e a paciente não apresentou mais recidiva.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: O ENH classicamente apresenta-se em pacientes lepromatosos ou dimorfos como um evento inflamatório agudo no curso crônico da hanseníase. É incomum a ocorrência do ENH como primeira manifestação da hanseníase, entretanto, deve-se suspeitar da patologia na ocorrência de nódulos eritematosos, principalmente, em membros superiores em moradores de áreas endêmicas, sempre cogitando os diagnósticos diferenciais e os excluindo através do exame clínico junto aos exames laboratoriais.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Andressa Gabrielly Rodrigues Beserra, Allana Campos Alves, Diogo Rios Ávila, Gabriel Freitas Campos, Flávio Fernandes Barboza