15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hanseníase no Sul do Brasil: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução: Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae. Segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS), o Brasil é classificado como alta carga para a doença. Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, no entanto, apresentam as menores taxas de detecção do País.

Objetivos

Objetivo: Relatar a heterogeneidade da Hanseníase no Brasil.

Caso

Caso: Paciente masculino, 45 anos, casado, morador da cidade de Araquari – SC, vem à consulta em Unidade Básica de Saúde relatando que há um ano iniciou com lesões hipercrômicas em membros inferiores, posteriormente surgindo em tronco, face e região auricular. Referia também parestesia nos pés. Irmão havia tratado uma doença de pele não especificada. Ao exame físico, foram observadas lesões hipocrômicas com halo hiperemiado em tronco, dorso e membros inferiores, Nervo ulnar esquerdo espessado e nódulo subcutâneo em mão esquerda. Solicitado baciloscopia, cujo resultado foi negativo. Lesões apresentaram progressão em tamanho, além da detecção de madarose e fáscies de aspecto leonino. Devido à alta suspeição clínica, encaminhado para o dermatologista do Município, o qual solicitou biópsia de uma das lesões, confirmando diagnóstico. Classificado como forma multibacilar pelo número de lesões e iniciado tratamento com Rifampisina, Dapsona e Clofazimina. Contactantes passaram por avaliação médica e realizaram vacina BCG como profilaxia. Neto do paciente, de dois anos, encontrava-se com lesão em placa, hipocrômica, de bordos irregulares em antebraço esquerdo. Resultado da biópsia não disponível até o momento. O Brasil é o segundo país com maior número de casos novos de Hanseníase registrados no mundo. A distribuição pelas regiões brasileiras é heterogênea, concentrando o maior número de doentes nas regiões Norte e Centro-Oeste. A grande extensão territorial e as desigualdades socioeconômicas parecem ser os principais motivos dessa discrepância. Em 2017, o Brasil apresentou uma incidência de 26.875 casos, equivalendo a uma taxa de detecção de 12,94 casos por 100 mil habitantes. Em Santa Catarina, no mesmo ano, a taxa de detecção foi quase oito vezes menor (1,67 casos por 100 mil habitantes).

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: Mesmo com o decréscimo da prevalência, a Hanseníase continua sendo um problema de saúde pública no Brasil. Santa Catarina, em contrapartida, mantém baixas taxas de incidência. A distribuição não é uniforme na mesma cidade e/ou estado, sendo as áreas mais pobres as mais endêmicas.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Isabele Beatris Denk, Bárbara Kawall Connolly Barreiros, Geraldo Antonio Bunick Neto Sala, André Wolff Döhler, Dylan Von Gehlen