15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO DE IMUNONEFRITE RELACIONADA A IMUNOTERAPIA NO TRATAMENTO DO ADENOCARCINOMA DE PULMÃO METASTÁTICO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O Adenocarcinoma de pulmão é responsável por cerca de 40% de todos os cânceres pulmonares, prevalência superior no sexo masculino, intrinsecamente relacionado ao tabagismo, cujo tratamento na doença avançada se tornou muito promissor com a introdução da imunoterapia associada a quimioterapia com melhora significativa nos desfechos oncológicos. Todavia, casos de nefrite imunomediada são raros e ainda pouco relatados, principalmente de maior relevância gravidade e repercussão clínica, em cerca de 1,7 % dos pacientes em estudo clínico.

Objetivos

Relatar um caso de adenocarcinoma de pulmão, cujo paciente apresentou quadro de imunonefrite oriunda do tratamento imunoterápico. Assim, pretende-se elucidar os sintomas apresentados, exames, bem como procedimentos e condutas realizadas.

Caso

Paciente, masculino, 69 anos, hipertenso, portador de neoplasia de pulmão, adenocarcinoma estágio: IV, Alk negativo, EGFR selvagem, PDL1 < 1%, metástases, ósseas, em região adrenal e mediastinal, escala Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) Performance Status: 2, em tratamento de primeira linha com quimioterapia baseada em Cisplatina e Pemetrexede, associado ao imunoterápico Pembrolizumabe, fora admitido no Hospital de Clínicas de Passo Fundo, após dois ciclos de tratamento oncológico, com perda de função renal não oligúrica e distúrbio hidroeletrolítico de hipocalcemia e hipopotassemia grave de difícil controle, proteinúria, compatível com nefrite grau 3, com quadro relacionado a endocrinopatia imunomediada desenvolveu hipotireoidismo clínico. Paciente foi submetido a investigação de outras etiologias e biópsia renal compatível com nefrite aguda, instituída a terapêutica com corticoesteróides 2 mg/kg de Metilprednisonolona e reposição de hormônio da tireóide 1 mcg/ kg com reversão do quadro em sete dias de tratamento sem a necessidade de associar um segundo imunonosupressor.

Conclusões/Considerações finais

O caso clínico chama a atenção pela gravidade e precocidade da nefrite imunomediada associada a endocrinopatia mais relatada no tratamento imunoterápico, apesar dos eventos e a expectativa de alta resposta ao tratamento pelos eventos adversos ocorridos o paciente apresentou pseudoprogressão nos seus primeiros exames de reestadiamento. A manifestação ativa foi relatada a indústria farmacêutica como evento de fármaco vigilância e segue em acompanhamento sem repercussões graves ao paciente.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade Meridional - IMED - Rio Grande do Sul - Brasil, Hospital de Clínicas de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Julia Pastorello, Emanuela Lando, Natalia Bassani Schuch