15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Acrometástase em Mão em Câncer Renal

Introdução/Fundamentos

Acrometástases são metástases localizadas distalmente ao cotovelo ou joelho, de rara ocorrência, sendo o câncer renal responsável apenas por 10 a 12% destas lesões, e devido ao fato de serem normalmente encontradas em pacientes em estágio de câncer disseminado, indicam mal prognóstico. As acrometástase em carcinoma renal apresentam um local incomum de recorrência, tornando-se desafios diagnósticos e terapêuticos importantes devido a dificuldade de seu reconhecimento e sua capacidade de mimetizar outras doenças, como lesões inflamatórias, cistos, tumores primários e osteomielite.

Objetivos

O objetivo deste estudo é relatar a ocorrência de acrometástases em um paciente em tratamento para um câncer renal em estágio IV e evidenciar a importância de incluir essa possibilidade diagnóstica na rotina de investigação.

Caso

J.M, masculino, 64 anos, diagnosticado em 2010 com neoplasia renal em estágio IV, tendo lesão primária em loco em rim esquerdo. Desde o reconhecimento da lesão, paciente iniciou tratamento quimioterápico, porém apresentou progressão ao uso de sutinib, everolimus, interferon e nivolumab. Iniciou-se, terapia paliativa com radioterapia associada à quimioterapia a qual não tolerou. Em 2018 começou a apresentar lesões em falanges de segundo e quarto quirodáctilo direito e esquerdo, respectivamente, apresentando sinais de necrose, eritema, edema, dor importante, hiporexia, náuseas e perda de peso. Inicialmente suspeitou-se de doença infecciosa e vasculite, doença renal já disseminada para pulmão, rim direito, linfonodos mediastinais, fígado e bexiga. Após exame radiográfico de mãos, feito em março de 2019, obteve-se a suspeita de acrometástase de câncer renal primário, seguindo o paciente com radioterapia e cuidados paliativos para falanges. Diante do quadro avançado, veio a óbito na primeira semana de junho de 2019.

Conclusões/Considerações finais

As acrometástases são lesões raras e se apresentam, geralmente, em casos terminais de doenças malignas. Devido sua raridade, não há protocolo para seu tratamento, sendo uma lesão de prognóstico ruim, os tratamentos em foco são de paliação, sejam eles cirúrgicos ou clínicos, tentando manter boa função do membro, além de alívio da dor. Portanto mostra-se de extrema importância incluir esta lesão como diagnóstico diferencial em pacientes em estágio avançado, para que o tratamento possa, da maneira mais favorável, melhorar as condições de vida do paciente.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

FURB - Santa Catarina - Brasil

Autores

Bruno Rafael Ramos, Isadora Zampronio dos Santos, Lucas Schlindwein, Natiéle Oliveira Santussi