15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL REFRATÁRIA À FARMACOTERAPIA COM ANTIESPASMÓDICOS: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é a desordem intestinal funcional mais comum, com prevalência de 7%-21%. Sua fisiopatologia ainda não foi elucidada, mas teoriza-se que ocorra por alteração da relação entre sistema nervoso central e entérico, somada a uma mudança da biota intestinal. A SII manifesta-se com dor ou desconforto abdominal e hábitos intestinais alterados. Seus padrões sintomáticos são classificados de acordo com predominância de constipação, de diarreia ou mistos. A patologia é crônica e requer manejo a longo prazo. O critério diagnóstico utilizado atualmente é o Roma IV (2016). As formas de tratamento são diversas, incluindo farmacoterapia, fitoterapia, psicoterapia, probióticos, dietas, acupuntura, hipnose e outros.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com Síndrome do Intestino Irritável cujo tratamento farmacológico com antiespasmódico foi ineficaz.

Caso

Paciente do sexo masculino, 23 anos, diagnosticado com SII aos 17 conforme os critérios de ROMA-IV. Apresentou-se como queixas dor abdominal grave e diarreia, principalmente em situações de maior estresse emocional e social (em torno de 6 dias por semana desde o aparecimento dos primeiros sintomas). Com o objetivo de excluir outros diagnósticos, solicitou-se hemograma, urina tipo 1, glicemia, perfil lipídico, coprocultura, parasitológico de fezes, sorologias, endoscopia e colonoscopia, investigação de intolerância à lactose e ao glúten, amilase, lipase e atividade hormonal tireoidiana. O paciente realizou terapia comportamental desde o início dos sintomas. O tratamento de primeira linha com Brometo de Pinavério mostrou-se ineficaz. Fitoterápicos, antidepressivos e outros antiespasmódicos também não apresentaram resultados satisfatório. Mudanças dietéticas e exercícios físicos regulares contribuíram de forma mínima na redução do quadro. Em seguida, indicou-se probiótico diariamente pelas manhãs, mas o fluxo intestinal elevado dificultou a recuperação da flora intestinal. Recomendou-se a associação da Loperamida, a fim de reduzir a frequência de evacuação. Com a restituição da flora, obteve-se remissão significativa das queixas do paciente por duração superior a três anos (mantendo-se dessa forma até o fim do seguimento do estudo).

Conclusões/Considerações finais

Estudos atuais preconizam o tratamento com antiespasmódicos para manejo da SII diarreica. Devido à fisiopatologia não compreendida e à ampla gama de manifestações da síndrome, discute-se a melhor estratégia terapêutica. A recomendação atual são múltiplas abordagens.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdades Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil

Autores

Fabrício Mulinari Pessoa, Camila Cescatto Gonçalves, Lucas Demetrio Sparaga, Vittoria Senna Dedavid