15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Título: Doença tireoidiana e perfil clínico de pacientes com Doença Renal Crônica Dialítica internados em um hospital público do distrito federal

Fundamentação/Introdução

Introdução: a doença renal crônica terminal (DRCD) representa um problema de saúde pública, com crescente incidência, custos e morbimortalidade. Comumente associa-se a outros distúrbios, entre eles, o hipotireoidismo (HT), o qual descreve-se ter prevalência variável. A avaliação do perfil de pacientes com DRCD hipotireoideos pode contribuir para a compreensão da relação destas duas doenças.

Objetivos

Objetivo: comparar o perfil clínico e desfechos de pacientes portadores de DRCD eutireoideos e com hipotireoidismo.

Delineamento e Métodos

Delineamento: estudo quantitativo, transversal, descritivo e retrospectivo
Métodos: participaram do estudo pacientes com DRCT dialítica, internados em um serviço público de referência, entre janeiro e dezembro de 2018. Foram coletados as seguintes variáveis em prontuário eletrônico: sexo, idade, etiologia da DRCT, Hormônios Tireoestimulante (TSH), hemoglobina (Hb), paratormônio (PTH) e dados ecocardiográficos. Os desfechos avaliados foram: diálise crônica e óbito. Foram comparados os grupos eutireoideos e com hipotireoidismo.

Resultados

Resultados: dos 100 pacientes internados com DRCD no período, 57 tiveram seus níveis de TSH dosados e foram incluídos na análise. 56% era do sexo masculino, idade média de 57.4 ± 16.3 anos. Hipertensão arterial era etiologia de 11% dos casos, diabetes mellitus de 8%, e 33% apresentavam ambas as doenças como fator causal. A prevalência de HT foi de 26,3% (n = 15), dos quais 11 (73%) faziam uso de levotiroxina. O grupo hipotireoideo apresentou média de idade = 59 anos; TSH médio = 5,8 mIU/L; T4L = 0,92 ng/dL; Hb = 9.8 g/dL; PTH = 127 pg/dL. Evoluíram para óbito 40% (n=6). Não houve diferença significativa entre as variáveis clínicas e desfechos entre o grupo eutireoideo e HT. Hipertrofia ventricular esquerda (63.3%, n=38), disfunção diastólica (35%, n=21), disfunção sistólica (35%, n=21) e disfunção segmentares (26.6%, n=16) foram os principais achados ecocardiográficos.

Conclusões/Considerações finais

DM2 e HAS mostraram-se importantes causas de DRC em nosso estudo, atestando a necessidade de estratégias de prevenção e controle destas doenças. Apesar de não termos encontrado diferenças significativas nas variáveis clínicas entre os grupos com e sem HT, a alta prevalência desta condição clínica indica maior cuidado sobre a função tireoidiana dos pacientes com DRCT. É possível que o tratamento presente no grupo hipotireoideo explique, em parte, não haver diferença significativa no perfil clínico e desfecho dos grupo com e sem HT.

Palavras-chave

hipotireoidismo; insuficiência renal; perfil clínico

Área

Clínica Médica

Instituições

Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/FEPECS) - Distrito Federal - Brasil, Hospital Regional da Asa Norte - Distrito Federal - Brasil

Autores

Giovanni Gonçalves De Toni, Álisson Duarte Martins, Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz, Débora Freire Ribeiro Rocha, Letícia Jordão Almeida, Carla Mariana Gonçalves Carvalho e Silva