15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Profilaxia de úlcera de stress: Revisão bibliográfica

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: O uso de medicações para profilaxia de úlcera de estresse tem se tornado uma prática corriqueira no ambiente intra-hospitalar. Porém, embora sejam fármacos relativamente seguros, seu uso imprudente, sem as reais indicações, é fator de risco para iatrogenias.

Objetivos

Objetivos: Avaliar as indicações que fundamentam o uso de drogas como terapia medicamentosa na profilaxia de úlceras de estresse.

Delineamento e Métodos

Delineamento e métodos: Trata-se de revisão sistemática de literatura realizada no período de 2010 a 2018, oriundos das plataformas PubMed, Scielo e UpToDate.

Resultados


Resultados: No contexto intra-hospitalar, o inibidor de bomba de prótons (IBP) e os antagonistas H2 são frequentemente utilizados para profilaxia de úlcera de estresse. Nos casos onde existe indicação para o tratamento profilático, os IBP podem ser ministrados por via oral, sonda nasogástrica ou intravenosa.
A amostra é constituída por 13 estudos que reúnem os cenários clínicos que possuem uma correlação de maior risco para o desenvolvimento de um sangramento clinicamente relevante devido ao surgimento de úlceras de estresse. Dentre eles estão: ventilação mecânica > 48h; coagulopatias (plaquetas < 50.000, TTPA > 2x ou INR > 1,5); instabilidade hemodinâmica; traumatismo crânio-encefálico/raqui-medular grave; histórico de úlcera ou sangramento gastrointestinal no último ano; 2 ou mais dos seguintes critérios: sepse, permanência na UTI > 1 semana, sangramento gastrointestinal oculto > 6 dias, uso de corticoide numa dose igual a 250mg de hidrocortisona ou Insuficiência renal.
Em pacientes internados em enfermaria de clíncia médica, o risco de sangramento é de 3 a 4%, com mortalidade atribuída de até 50%, afirmando a necessidade de se realizar a profilaxia.
Seu uso deve ser cuidadosamente administrado, tendo em vista as possíveis complicações associadas, principalmente em casos de terapia a longo prazo. Dentre elas estão maior chance de infecção pelo Clostridium difficile, risco de tumores carcinóides e aumento do risco de pneumonia.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações Finais: A prescrição de fármacos para profilaxia de úlcera de estresse virou rotina nas enfermarias de clínica médica, sendo que as indicações relevantes são bastante restritas na literatura. Dessa forma, fica o alerta que prescrever essas medicações sem indicação apropriada, menosprezar os riscos dos efeitos colaterais e estender o tratamento por tempo superior ao necessário podem acarretar sérios agravos à saúde dos pacientes, suplantando os benefícios de seu uso.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Do Oeste de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Vinicius Benetti Miola, Natalia Zampieri