15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tratamento endovascular em Síndrome da veia cava superior: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS) ocorre devido obstrução mecânica da veia cava superior(VCS) causada por compressão extrínseca, invasão neoplásica dos vasos ou obstrução interna. Caracteriza-se por edema de face, pescoço e membros superiores, dispneia, tosse, pletora em face e pescoço, distensão de veias do pescoço e tórax, cefaleia e rouquidão. O tratamento inicial é de suporte e o definitivo depende da etiologia.

Objetivos

Relatar caso da SVCS no município de Joinville/SC e ressaltar a importância do diagnóstico precoce de forma à evitar possíveis complicações.

Caso

Paciente masculino, 67 anos, é admitido ao hospital com edema em pescoço, hiperemia de face, cianose em face e orelhas, tosse seca e desconforto torácico. Ao exame físico, apresentava circulação colateral venosa em tórax e dorso, sendo sugerido SVCS. Angiotomografia confirmou a suspeita diagnóstica ao evidenciar oclusão da veia jugular direita, VCS e veia subclávia esquerda por massa mediastinal de 65mm localizada acima da artéria pulmonar direita. Evoluiu com dispneia e turgência jugular, sendo realizada angioplastia de urgência com colocação de stent em VCS. Biópsia pulmonar e de linfonodos mediastinais apresentou neoplasia maligna epitelióide e o resultado do estudo por imunohistoquímica evidenciou adenocarcinoma primário pulmonar TTF1 positivo. Paciente recebeu alta hospitalar com encaminhamento para o ambulatório oncológico.

Conclusões/Considerações finais

A SVCS geralmente é causada por patologias malignas. Recomenda-se tratamento de suporte, como elevação da cabeça, repouso, controle de volume e uso de O2 suplementar. Na sequência, terapêutica é baseada na etiologia. Pacientes portadores de SVCS não costumam requerer tratamento cirúrgico, sendo tratados através de radioterapia, quimioterapia, tratamento endovascular com colocação de stents ou uma combinação desses. Após estabilização do quadro, pacientes são orientados a realizar seguimento ambulatorial. O paciente citado foi submetido a tratamento endovascular, através de angioplastia com colocação de stent em VCS, mantido com anticoagulação plena em centro de terapia intensiva e submetido a biópsia pulmonar e de linfonodos mediastinais e pleuroscopia com coleta de líquido. Devido ao teor maligno do diagnóstico, tratamento consistiu em quimioterapia com paclitaxel 350mg + carboplatina 6AUC 450mg durante internação e encaminhamento para oncologia. Assim, evidencia-se a importância do conhecimento da síndrome, além do tratamento adequado, devido a provável etiologia maligna.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Univille - FURJ - Santa Catarina - Brasil

Autores

André Wanderley Oliveira Guimarães, Taynara Cristina Cruz Ferreira, Isabella Patricia Lando Dacroce, Roberto Teodoro Beck