15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

VASCULOPATIA LIVEDOIDE: aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento

Introdução/Fundamentos

A vasculopatia livedoide (VL) é uma patologia rara que atinge 1 pessoa a cada 100 mil/ano, que se manifesta em forma de lesões ulceradas, dolorosas, no terço distal dos membros inferiores, gerando cicatrizes atróficas. Descreve-se, pois, em virtude de sua raridade e da dificuldade de reconhecimento e diagnóstico, um caso da doença.

Objetivos

Descrever os aspectos cínicos, o diagnóstico e a terapêutica de uma paciente com VL.

Caso

Paciente do sexo feminino, 28 anos, com lesões ulceradas, dolorosas, ao longo de 4 meses, no tornozelo e dorso dos pés. Tratada inicialmente com Prednisona 1mg/kg/dia por cerca de um mês e antibioticoterapia empírica (Azitromicina 500, Amoxicilina 500mg + Clavulanato 125mg) sem sucesso. Na investigação diagnóstica, não apresentaram anormalidades: hemograma, sorologias virais e de sífilis, fator reumatoide, fator antinuclear, Anticorpo anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), anticardiolipinas, anticoagulante lúpico, eletroforese de proteínas e crioglobulinas. Após biópsia, o exame histopatológico evidenciou trombos intravasculares em vasos de pequeno calibre, sem vasculite e sem infiltrado neutrofílico, confirmando o diagnóstico de VL e afastando outras causas como vasculites e infecções. Iniciou-se tratamento com Pentoxifilina 400mg 2x/dia e Ácido Acetilsalicílico (AAS) 100mg/dia com significativa melhora ao longo de 4 meses.

Conclusões/Considerações finais

A VL é uma doença crônica sem causa totalmente esclarecida. Acredita-se que a lesão aconteça devido à oclusão de vasos dérmicos por deposição de fibrina intravascular, formando trombos, além da hialinização segmentar e proliferação endotelial. O diagnóstico ainda é um desafio na área médica, devendo ser realizado com base nas características clínicas e histopatológicas, visando à, principalmente, afastar outras doenças com manifestações semelhantes, como a Poliarterite Nodosa Cutânea. Os tratamentos disponíveis baseiam-se em terapias que interfiram na cascata de coagulação e/ou agregação plaquetária. Cita-se, por exemplo, anticoagulantes orais cumarínicos, Rivaroxabana, AAS e Pentoxifilina. Neste último, seu mecanismo de ação diminui a agregação plaquetária e reduz os níveis de fibrinogênio, além de reduzir a ativação dos leucócitos e o consequente dano endotelial, ações essas, benéficas ao tratamento da VL. Todavia, mais estudos são necessários à identificação de superioridade dentre os tratamentos.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal Fronteira Sul - UFFS - Santa Catarina - Brasil

Autores

Andressa Janaina Mendes Messias, Joao Menta Filho, Vanessa Gheno