15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Apresentação radiológica inicial inconsistente em paciente com diagnóstico de Fibrose Pulmonar Idiopática

Introdução/Fundamentos

Fibrose pulmonar idiopática (FIP) é uma doença pulmonar crônica de caráter progressivo e prognóstico desfavorável. A tomografia computadorizada (TC) de tórax é o exame de escolha na avaliação dos pacientes com suspeita clínica. Este relato descreve um caso de FIP com apresentação radiológica inconsistente em paciente do sexo feminino e tabagista. Sua relevância clínica encontra-se na necessidade do diagnóstico precoce.

Objetivos

Reportar o caso de uma paciente portadora de Fibrose Pulmonar Idiopática que se apresentou de forma inconsistente na avaliação inicial.

Caso

Paciente do sexo feminino, 79 anos, assistente financeira, procedente de Orleans (SC), hipertensa, tabagista 35 anos-maço. Relata dispneia mmRC 1, sibilância e períodos de tosse predominantemente seca há aproximadamente 6 meses. Afebril e sem  perda de peso. Exame físico com discretos estertores bibasais e sem alterações reumatológicas. Radiografia de tórax com discretas opacidades reticulares e espirometria com DVI leve. TC de tórax evidenciou doença pulmonar intersticial, bilateral e relativamente simétrica, manifestando-se por opacidades em vidro fosco, reticulações e bronquiectasias de tração nas porções subpleurais - padrão não-específico. Provas reumatológicas negativas. Paciente recusou a realização de biópsia pulmonar inicialmente. Tendo em vista a hipótese de pneumonia intersticial não específica (NSIP), optado pelo início empírico de corticoterapia (Prednisona 0,5 mg/kg/dia). Após 45 dias de tratamento, apresentou quadro de tromboembolia pulmonar (TEP), tendo iniciado tratamento com Rivaroxabana. A AngioTC  apresentava leve redução das opacidades reticulares subpleurais relacionadas ao NSIP, iniciando-se o desmame de corticoide. Após, persistia com dispneia mMRC 1 e optou-se por reavaliação tomográfica. Apresentava espessamento dos septos inter e intralobulares associadas a discretas opacidades em vidro fosco e bronquiectasias de permeio, predominando na periferia e nas bases pulmonares, onde havia sinais de faveolamento incipiente. Optou-se pela biópsia, sendo sugestiva de pneumonia intersticial usual e iniciado tratamento com anti-fibrótico para FIP.

Conclusões/Considerações finais

Padrões não usuais em exames complementares são desafios para o diagnóstico de qualquer patologia e, no caso das doenças intersticiais, a biópsia pode ser necessária para definição e conduta.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

UNESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

João Victor Folle, Renato Piucco Matos