Dados do Trabalho

Título

Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo como provável etiologia de AVC em jovem: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo, sendo que apresenta maior incidência após os 60 anos de idade. Entretanto, o AVC pode ocorrer mais precocemente e ser relacionado a outros fatores de risco, como os distúrbios da coagulação, as doenças inflamatórias e imunológicas e o uso de drogas. Dentre os diagnósticos diferenciais de AVC em jovem, destacam-se as trombofilias, em especial, a Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF).

Objetivos

Relatar caso de AVC em jovem, no município de Joinville/SC, que apresenta a SAF como provável etiologia.

Caso

Paciente masculino, 23 anos, sem comorbidades, vícios ou uso de medicamentos apresentou paresia em hemiface direita que foi tratada com prednisona 40mg/dia, devido a possível hipótese diagnóstica de paralisia de Bell. Sem melhora do quadro e com queixa de perda de força em membro inferior esquerdo, paciente foi reavaliado e ao exame, apresentava paralisia periférica em hemiface direita e força discretamente reduzida em hemicorpo esquerdo, porém a sensibilidade, marcha e reflexos estavam preservados. Ressonância magnética de encéfalo evidenciou lesões isquêmicas, mas sem a presença de vasculite. Ecocardiograma apresentou prolapso e insuficiência mitral leve com presença de forame oval patente. Os exames laboratoriais demonstraram trombocitopenia, fator antinuclear (FAN) reagente 1/320 e anticoagulante lúpico positivo. O diagnóstico foi de AVC isquêmico em jovem com SAF como provável etiologia. Paciente recebeu alta hospitalar com varfarina 5mg/dia e sinvastatina 20mg/dia.

Conclusões/Considerações finais

A SAF é uma doença sistêmica autoimune que promove alterações na coagulação, gerando um estado de hipercoagulabilidade e, consequentemente, maior risco de desenvolver eventos isquêmicos. O tratamento consiste na administração de heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, seguida por varfarina. Além da SAF, outras trombofilias podem ser investigadas para definição etiológica de AVC em jovem como deficiência de antitrombina, proteínas (C e S), bem como do fator V de Leiden, por exemplo. O caso apresentado realça a importância do diagnóstico precoce e da investigação das possíveis etiologias de AVC em jovens sem comorbidades, evidenciando que a identificação da causa é essencial para o correto tratamento desses pacientes.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica