Dados do Trabalho
Título
TAXA DE SOROCONVERSÃO NA IMUNIZAÇÃO PARA HEPATITE B EM PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA
Fundamentação/Introdução
A hepatite B é uma doença viral infecciosa de alta morbimortalidade e de convergentes vias de transmissão com a hepatite C, tornando a vacinação especialmente importante em infectados pelo vírus da hepatite C (VHC). Adultos hígidos soroconvertem em 90% dos casos vacinados.
Objetivos
Em uma população de pacientes com hepatite C crônica vacinados para hepatite B, o presente estudo analisou sua taxa de resposta à vacina e comparou-a à da literatura para adultos sadios, além de ter analisado possíveis fatores que impactassem nessa taxa.
Delineamento e Métodos
Foi feito um estudo transversal retrospectivo a partir da análise de prontuários de pacientes com hepatite C crônica de um centro de assistência médica de Curitiba - PR. Os dados foram transferidos para uma planilha Excel e analisados pelo software SPSS v.26. Os resultados foram obtidos por meio dos testes de Student, Mann-Whitney, Fischer e do Qui-quadrado, sendo considerados significativos valores de p<0,05. Considerou-se imunizados pacientes com níveis de anti-Hbs de 10mUI/ml ou mais. Foram excluídos pacientes com anti-Hbs pré-vacina positivo ou não feito, pacientes vacinados com menos de três doses e pacientes sem anti-Hbs pós-vacina. Na amostra válida resultante pesquisou-se, além da taxa de soroconversão, influência nesta de outros fatores, como idade, sexo, IMC, uso de interferon, fibrose hepática, cirrose, MELD, tabagismo atual e prévio, genótipo do VHC, HIV positivo, se se obteve resposta virológica sustentada ao VHC, se as doses foram corretamente intervaladas e se foi feito reforço. Os resultados foram expressos por meio de médias, desvios padrões, percentuais e valores absolutos.
Resultados
De 304 pacientes inicialmente no estudo, chegou-se a um n válido de 73 após a aplicação dos critérios de exclusão. Neste número, o trabalho encontrou uma taxa de soroconversão de 34,2% – muito inferior à prevista pela literatura. Dentre os fatores pesquisados que poderiam interferir em tal resultado, encontrou-se relevância estatística em apenas um deles: o tabagismo, seja o tabagismo prévio (p=0,036) ou o atual (p=0,006).
Conclusões/Considerações finais
O estudo mostrou que pacientes com hepatite C crônica possuem baixa resposta à vacinação para a hepatite B, especialmente se são ou já foram tabagistas. Desta forma, o estudo aponta à necessidade de elaboração de esquema vacinal diferenciado nesta população. Para além da quarta dose (reforço), este poderia ser caracterizado, por exemplo, por intervalos interdose menores.
Palavras-chave
Área
Clínica Médica
Instituições
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Cláudia Alexandra Pontes Ivantes, João Marcelo Marchi Moraes, Amanda Ferreira Rêgo, Tereza Reck, Nicole Espindula Mattar