15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: BOMBA DE INSULINA PARA PANCREATITE AGUDA CAUSADA POR HIPERTRIGLICERIDEMIA GRAVE

Introdução/Fundamentos

A hipertrigliceridemia (HTG) é uma causa incomum de pancreatite aguda (PA), composta por até 7% dos casos. Atualmente, o manejo da HTG nos casos de PA são discutidos evidenciando a realização de plasmaférese, hipolipemiantes, heparina de baixo peso molecular e infusão de insulina.

Objetivos

Descrever um caso de PA induzida por HTG e seu manejo visando corrigir essa etiologia rara.

Caso

I.N.R, 39 anos, masculino, etilista (19 doses álcool semanal), portador de epilepsia e HTG sem tratamento, admitido no serviço de emergência da cidade de Umuarama-PR em estado pós-ictal após crise tônico-clônica em domicílio. Ao exame encontrava-se sonolento, afebril, ictérico, com dor à palpação de andar superior do abdome, fígado palpável 4 cm abaixo do rebordo costal, sem circulação colateral ou ascite, sinal de Murphy negativo. Após fase pós-ictal, sem sinais de encefalopatia hepática. Exames à admissão evidenciaram bilirrubina total 7,95 mg/dL, direta 4,84 mg/dL e indireta 3,11 mg/dL, fosfatase alcalina 934 UI/L, Gama-GT 5.662 UI/L, TGO 588 UI/L, TGP 358 UI/L, amilase 297,8 mg/dL, lipase 566 mg/dL, LDH 1.024 U/L e triglicérides (TG) 6.711 mg/dL. Tomografia abdominal mostrou aumento volumétrico da topografia da cabeça e corpo pancreático, acúmulo líquido no espaço pararrenal anterior, infrarrenal e goteira parietocólica direita; espessamento e realce das paredes da vesícula biliar. Iniciado analgesia, solução de glicoinsulina, bomba de 0,3 UI de insulina regular por kg/dia, fibrato, dieta zero e solicitado exames para investigação de outras etiologias de PA, negativos. Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica realizada 2 dias após para papilotomia sem saída de cálculos. Ultrassonografia realizada 4 dias após internamento exibiu hepatomegalia associada à esteatose hepática, sinais ecográficos de lama biliar, aumento volumétrico e indefinição dos contornos na cabeça e corpo pancreático. Após completada a investigação o quadro de PA foi atribuído a HTG grave. Com o tratamento eleito o valor de TG reduziu 46,8% em 24 horas e 92,5% em 72 horas (TG 502 mg/dL), paciente evoluiu estável com melhora da icterícia e PA.

Conclusões/Considerações finais

Cálculos biliares e abuso de álcool são as causas mais comuns de PA. Contudo, a HTG é frequentemente associada a maior gravidade e elevada taxa de complicação, sendo importante identificar essa causa para o correto manejo. A insulina parece ser uma terapia segura e eficaz para o tratamento.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Hospital Uopeccan - Paraná - Brasil, Universidade da Região de Joinville - Santa Catarina - Brasil

Autores

Ana Luiza Dal Ponte, Carla Andressa Dal Ponte, Caroline Figueiredo da Silva, Fernanda Dal Bello, Pedro Henrique Soares