15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

TUMOR NEUROENDÓCRINO DE PÂNCREAS: RELATO DE UM CASO RARO

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: Os tumores neuroendócrinos do pâncreas (TNP) são neoplasias raras, com incidência de 1-4 casos por 100.000 habitantes e representam cerca de 1% das neoplasias pancreáticas. Classificam-se em funcionante, quando há hipersecreção hormonal associada à síndrome clínica, e não-funcionante quando não há sintomatologia, o que dificulta o diagnóstico.

Objetivos

OBJETIVO: Este trabalho visa relatar um caso raro de TNP Não-funcionante, diagnosticado em um hospital escola no interior do Rio Grande do Sul.

Caso

CASO CLÍNICO: Paciente feminino, 59 anos, encaminhada ao pronto-atendimento por dor abdominal difusa há 15 dias, de moderada intensidade, com irradiação para fossa ilíaca direita e refratária ao uso de analgésico simples. Realizada tomografia computadorizada de abdome, em que se identificou imagem nodular sólida e heterogênea, hipovascularizada, em cauda pancreática, medindo 4,9 x 5,3x 4,5 cm, sem outras alterações. Prescreveu-se sintomáticos e encaminhou-se a paciente ao ambulatório de cirurgia do aparelho digestivo, onde foi realizada ultrassonografia endoscópica com biópsia de lesão pancreática. O exame histopatológico evidenciou padrão organoide e células de núcleos pequenos e azuis, sugestivo de tumor neuroendócrino. O diagnóstico foi confirmado por estudo imunohistoquímico com a presença do marcador cromogranina A na amostra. O tratamento escolhido foi a pancreatectomia corpo-caudal sem preservação do baço. A paciente apresentou adequada evolução pós-operatória e recebeu alta no 7º dia de internação.
Os tumores originam-se nas células pluripotentes de ductos e ilhotas pancreáticos e apresentam em comum a expressão de marcadores neuroendócrinos, como a Cromogranina A. Podem ser assintomáticos ou de clínica variável de acordo com a secreção hormonal, o que permite a classificação de acordo com a funcionalidade. Tendo em vista a ausência de sintomas específicos, a neoplasia do caso em questão foi classificada como não-funcionante.
O tratamento curativo dos TNPs baseia-se na ressecção completa do tumor associado a ressecção linfonodal perilesional. Pacientes que apresentam doença metastática também se beneficiam do tratamento cirúrgico, uma vez que há o aumento da sobrevida.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÕES: Os TNP se apresentam de forma heterogênea, com clínica variável e oligossintomático. Sendo não-funcionante, o tumor pode ser de difícil diagnóstico devido a sintomatologia inespecífica. A ressecção total do tumor é o tratamento de escolha para esse tipo de neoplasia.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

GUSTAVO BRUGNERA BORIN, ANDRESSA CAPELETTI ECHER, GUILHERME BRUGNERA BORIN, HAIRTON COPETTI