15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PELAGRA GENERALIZADA EM INDÍGENA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Introdução/Fundamentos

A pelagra é uma severa deficiência nutricional do triptofano e niacina (vitamina B3), e possui manifestações dermatológicas, gastrointestinais e neuropsiquiátricas.

Objetivos

O objetivo do presente trabalho é relatar um caso excepcional de pelagra generalizada ocorrida na Amazônia Ocidental em um paciente indígena da etnia Cinta Larga.

Caso

BRL, masculino, 40 anos, indígena. Paciente etilista crônico apresentou dor em toda extensão corporal, foi medicado em unidade de saúde de sua localidade com benzetacil e logo após recebeu alta. No dia seguinte, evoluiu com mal-estar geral, fadiga, febre não aferida, sudorese, calafrios, cefaleia, tontura e múltiplos episódios de êmese e diarreia, além de alterações de pele com hiperemia e manchas arroxeadas (sic) disseminadas. Foi transferido para o centro de referência do estado o qual foram levantadas hipóteses diagnósticas de pelagra, pancitopenia grave e hepatopatia de depósito grau 1. Foram realizados exames laboratoriais e bioquímico que confirmaram as hipóteses diagnósticas levantadas: Ht: 20,5%; Hb: 7,2g/dL; Leucócitos: 300mm3; Plaquetas 12000 mm3; Proteína C reativa: 252 mg/L; Glicose: 119 mg/dL; Potássio: 2,46 mmol/L; LDH: 71 u/L; Proteina total e frações: 4,5g/dL; Albumina sérica: 2,05 g/dL; TAP: plasma do paciente 18,6s, atividade 56%, RNI – 1,47; Creatinina: 3,3 mg/dL; Ureia: 49 mg/dL; Presença de hemácia na urina (2 a 4) e células epiteliais frequentes (rara); Urina: cor amarelo âmbar e turvo; TGO: 20 U/L; TGP: 27 U/L. No período que
permaneceu no centro de referência, houve evolução das lesões de pele para vesículas e bolhas que drenavam espontaneamente com progressão a um processo descamativo disseminado, não poupando mucosas, genitais, palmas e plantas das mãos e dos pés. Com a suplementação da vitamina B3, a paciente evoluiu para a cura da pelagra e continuou com a investigação e tratamento das outras patologias.

Conclusões/Considerações finais

Devido os dados epidemiológicos da pelagra serem escassos e por seu diagnóstico ser clínico, o qual dificulta o levantamento desta hipótese diagnóstica, torna-se imprescindível o estudo dessa patologia.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Raquel Panta Cardoso, Maria Alice Lima Silva, Gabriel Aurélio Oliveira de Paula, Mariana Bezerra dos Santos, Vanessa Andrade Araújo