15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada é uma afecção inflamatória autoimune que afeta os tecidos contendo melanócitos. Possui quatro fases clínicas: prodrômica, uveítica, convalescente e recorrente, com manifestações extraoculares como cefaleia, alterações auditivas, vitiligo, meningismo e poliose. O diagnóstico é por exame clínico, sendo o exame oftalmológico fundamental para diagnóstico e excluir outras causas. O tratamento se faz com corticosteróides com posterior transição para imunomoduladores.

Objetivos

Relatar caso clínico de Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada

Caso

J.L.A, feminino, 67 anos, admitida em hospital com tosse, odinofagia, mal estar e insônia há 4 dias. Evoluiu com cefaléia frontal, diminuição da acuidade visual, náuseas, visão em halos e dor em região periorbital,inicialmente em olho esquerdo, e posteriormente bilateral. Ao exame físico, pelos esbranquiçados em sobrancelhas, hiperemia conjuntival bilateral e ausculta pulmonar com sibilos difusos. Na avaliação oftalmológica, havia em olho esquerdo intenso edema conjuntival, hiperemia e intensa reação inflamatória na câmara anterior, sugestivo de endoftalmite endógena. Havia também, quadro de glaucoma agudo bilateral e oclusão de ângulo agudo corneano. Foi tratada com manitol 20% 250ml/diamox 250mg 2 comprimidos(cp) via oral, e após 1cp de 6/6horas, pilocarpina 2% 1 gota de 15/15 minutos nas primeiras 2 horas e após 1gota de 4/4horas, timolol 0,5% colírio 1gota de 8/8 horas. Houve melhora da uveíte, sendo melhor visualizado o fundo de olho, descartando-se corioretinite infecciosa. Solicitado uso de colírio dexametasona 0,1% 1 gota em cada olho a cada hora e pulso de metilprednisolona 1g/dia por 3 dias.Exames laboratoriais, sorologias, radiografia de tórax, tomografia e ressonância de crânio, ultrassonografia abdominal e pélvica sem alterações. Em análise de liquor cefalorraquidiano: 3 leucócitos(100%linfocitos)/proteínas:56/LDH: 149/1 eritrocito/tinta da china negativo. Após pulsoterapia paciente refere melhora da acuidade visual e encontrava-se sem queixas recebendo alta.

Conclusões/Considerações finais

Esta síndrome é de acometimento multissistêmico, podendo simular outras afecções. Inicia-se com quadro de sintomas como cefaléia, fotofobia e meningismo mimetizando outras doenças. A demora diagnóstica pode levar a complicações como catarata e glaucoma. Embora os corticosteróides sistêmicos sejam a terapia padrão ouro, casos refratários podem necessitar de imunomoduladores.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Bruna Bianchin, Brunella Flores Pupo, Thuany Silvestri Garcia, Suelen Menegotto, Thalita Borges