15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA EM CRIANÇA COM DOR ABDOMINAL AGUDA E DILATAÇÃO DO DUCTO COLÉDOCO

Introdução/Fundamentos

Dilatações da via biliar são comuns em pacientes que chegam aos serviços de urgência com dor abdominal. Assim, ao se tratar da população infantil, o cisto de colédoco (CC) pode levar a complicações severas. Logo, destaca-se a dificuldade de seu diagnóstico, uma vez que, apesar da existência de uma tríade clássica - icterícia, dor abdominal e massa palpável - os três aspectos juntos estão presentes em apenas um terço dos casos, permitindo que os sintomas se confundam com os de coledocolitíase. Portanto, para diminuir as dificuldades diagnósticas, novos exames de imagem ganham importância, pois maximizam a probabilidade de uma conduta correta.

Objetivos

Relatar caso de criança com quadro de dilatação do ducto colédoco, enfatizando a importância de tecnologias de imagens diferenciais para o diagnóstico.

Caso

Menina de 10 anos com história de dor abdominal intermitente, icterícia e colúria há cerca de 11 meses. O quadro evoluiu com episódios de náuseas e vômitos. Ao exame físico, paciente com dor à palpação em epigástrio e hipocôndrio direito. Os exames laboratoriais evidenciaram aumento das enzimas canaliculares e hepatocítica. Exames de imagem do abdome mostraram colédoco dilatado e coledocolitíase. Paciente foi submetida à CPRE que evoluiu com pancreatite aguda e reincidência dos cálculos. Seguiu-se para laparotomia onde foi evidenciado a presença de CC, classificação de Todani tipo I. Realizada derivação biliodigestiva hepaticojejunal em Y-de-Roux e drenagem da cavidade. Na evolução, levantou-se a suspeita de fístula em anastomose e deiscência da ferida operatória que cursou com melhora, sem necessitar de nova intervenção cirúrgica. Foi notável a dificuldade de estabelecer o diagnóstico, devido, à dificuldade de acesso a exames específicos. Assim, a suspeita de CC só começou a ser levantada pela ocorrência de colelitíase e coledocolitíse de repetição. Por conta disso, a paciente foi encaminhada ao bloco cirúrgico e somente com a colangiografia intra-operatória o diagnóstico de CC tipo I foi devidamente fechado.

Conclusões/Considerações finais

Logo, quando um paciente pediátrico apresenta dilatações das vias biliares, não se pode descartar as causas congênitas. Ademais, o uso de colangiopancreatografia por ressonância magnética, o tratamento cirúrgico com exérese do cisto e a realização da derivação biliodigestiva hepaticojejunal em Y-de-Roux, minimizam a chances de complicações graves, pois permitem o diagnóstico precoce e tratamento correto do CC.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

Tales Ribeiro Marques, Rebecca Perez Amorim , Gabriele Arja Abreu