15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) é uma rara complicação consequente ao uso de qualquer classe de antipsicóticos. Acomete 0,02% a 3,23% da população mundial, é mais comum em homens e é caracterizada por 4 sintomas principais: alterações do estado mental, rigidez muscular, hipertermia e disfunção autonômica. Pode se desenvolver em até 4 semanas após o início da farmacoterapia e envolve, principalmente, o bloqueio do receptor D2. É potencialmente letal e tem como principais complicações: insuficiência renal, cardíaca e respiratória, sequelas cognitivas, entre outras.

Objetivos

Esse relato tem por objetivo abordar a importância do diagnóstico e manejo precoces visando reduzir a morbimortalidade dessa condição que, embora incomum, continua sendo um risco para os pacientes em uso de antipsicóticos.

Caso

Masculino, 50 anos, refere perda de força em membros inferiores há 4 dias, progressiva com piora há um dia, acompanhada de inapetência e dificuldade de fala. Relata queda da própria altura no dia anterior ao atendimento. Histórico de consulta psiquiátrica há um mês quando foi prescrito Haldol uma vez ao dia. Ao exame físico: regular estado geral, desidratado, HGT 129, afebril. Ao exame neurológico: GCS 15, sem sinais de irritação meníngea, com força simétrica e preservada. Paciente com déficit cognitivo e epilepsia, sem histórico de atopias medicamentosas. Medicamentos em uso: depakene 250 mg/dia, fenobarbital 100 mg/dia, haldol uma vez por dia, puran T4 5 mcg/dia e omeprazol 20 mg/dia. TC de crânio apresentava alterações compatíveis com microangiopatia e calcificações ateromatosas nas artérias do sistema vertebro-basilar e carotídeo. Recebeu tratamento imediato com medidas de suporte, anticonvulsivante de uso continuo e biperideno. Evolui dois dias após a internação com quadro de confusão mental, aumento da temperatura corporal e desorientação não atendendo bem aos comandos dos examinadores. Apresentava trismo, conversava sozinho, tentava pegar objetos no ar. Diante do quadro, foi prescrito quetiapina e solicitado avaliação com neurologista que confirmou o diagnóstico de SNM por uso de antipsicótico.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de rara, a elevada mortalidade da SNM sugere que o seu prognóstico depende fundamentalmente da identificação precoce dos sintomas. Para isso, é necessário alto grau de suspeição para a síndrome em pacientes em uso de antipsicóticos.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Carmen Panceri, Adriane Rubin Prestes, Ana Flávia Missio da Silva, Ana Luiza da Silva Garcia, Ceres Cousseau Furlanetto