15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE SNEDDON NÃO RELACIONADA A ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDES: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Síndrome de Sneddon (SS) é um distúrbio raro caracterizado pela associação entre doença cerebrovascular isquêmica e livedo reticular. Cerca de 80% dos pacientes com SS apresentam algum anticorpo antifosfolípide (aPL) positivo, sendo a forma idiopática – não associada a aPL – a mais incomum.

Objetivos

O presente relato visa a descrever um caso de SS não relacionado a aPLs, bem como sua evolução e conduta.

Caso

Paciente feminina, 40 anos, chega ao ambulatório com queixa de manchas de pele generalizadas há 12 anos que pioram nos dias de frio e melhoram parcialmente com o calor. A paciente acompanha com neurologista após dois acidentes isquêmicos transitórios (AIT) há 3 anos, confirmados por áreas isquêmicas em ressonância magnética de crânio, mas com eletrocardiograma, ecocardiograma transesofágico, holter e pesquisa para trombofilias hereditárias sem alterações. Além disso, é hipertensa desde os 20 anos, tabagista (não deseja suspender), dislipidêmica e bipolar, em uso de losartana, hidroclorotiazida, AAS, sinvastatina, haloperidol e quetiapina. No exame físico, apresenta-se normotensa e com livedo reticular generalizado, pior em membros inferiores. Frente a suspeita diagnóstica de Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF) e/ou Colagenoses, solicitou-se a pesquisa de autoanticorpos. O FAN era positivo em altos títulos (1/640) com padrão nuclear pontilhado fino, mas com anti-SSA, anti-SM, Coombs direto e níveis de complemento (C3 e C4) negativos/normais. A investigação para SAF com anticoagulante lúpico, anticardiolipina IgG/IgM e anti-beta2glicoproteina1 IgG/IgM era negativa. Após a exclusão de doenças mais prevalentes, a paciente foi diagnosticada com SS idiopática e iniciou o esquema de tratamento com Warfarina associado ao AAS, mantendo o alvo do INR entre 2,0 e 3,0. A paciente segue em acompanhamento ambulatorial, sem novo AIT ou outras complicações.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de alguns autores considerarem a SS uma manifestação clínica de outras doenças reumatológicas, como SAF ou Lúpus Eritematoso Sistêmico, destaca-se a importância de considerá-la uma entidade distinta, visto que nem todos os pacientes com SS apresentarão aPL ou outros autoanticorpos, conforme descrito nesse caso.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Amanda Justi, Agnes Gabrielle Wagner, Matheus Augusto Eisenreich