15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

EMBOLIA GASOSA VENOSA POR INJEÇÃO INTENCIONAL: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A embolia gasosa ocorre quando ar ou gás entra na circulação arterial ou venosa de um paciente. Em grande parte, é causada por complicações de procedimentos médicos e trauma. A lesão afeta a função cardiorrespiratória, além de causar inflamação sistêmica, resultando em alta morbimortalidade. Relatamos um caso de embolia venosa por injeção de ar proposital em veia periférica.

Objetivos

Objetivamos destacar a exuberância das manifestações clínicas e atentar para importância do diagnóstico precoce nos casos de embolia acidental.

Caso

Paciente do sexo masculino, 27 anos, previamente esquizofrênico. Admitido em uma Unidade de Pronto Atendimento de Curitiba com quadro de surto psicótico no dia 13/06; durante atendimento conectou a saída de ar comprimido proveniente da nebulização em acesso venoso periférico. Evoluiu com parada cardiorrespiratória (PCR) em atividade elétrica sem pulso, com retorno da circulação espontânea (RCE) após 30 minutos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Encaminhado ao Pronto Socorro do Hospital Cajuru, onde houve nova PCR com RCE após 6 minutos de RCP. Deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva na madrugada de 14/06, intubado e estável hemodinamicamente sem drogas vasoativas (DVA). Na manhã seguinte iniciou quadro de mioclonias, sendo hidantalizado, evoluiu com instabilidade hemodinâmica, necessitando altas doses de DVA. Também houve piora dos parâmetros ventilatórios e infiltrado bilateral difuso ao raio-x, caracterizando um estado de Síndrome da Angustia Respiratória Aguda (SARA) grave, com diferença alvéolo arterial de O2 de 520. O APACHE II da admissão foi 35. O eletroencefalograma pós hidantalização evidenciou apenas alentecimento difuso. Paciente evoluiu com melhora dos parâmetros ventilatórios e desmame de DVA em 18/06. Permanecendo com escore de Glasgow 3 após 5 dias sem sedação. Foram tratadas as intercorrências clínicas no período. Dia 19/06 apresentou crise convulsiva tônico-clônica, abortada com fenobarbital, na sequência iniciou quadro de instauração, refratário à otimização de parâmetros ventilatórios. Foi feita checagem da permeabilidade de vias aéreas e aspiração, medidas para broncoespasmo e bloqueio neuromuscular. Evoluiu para PCR, sem RCE após manobras de RCP.

Conclusões/Considerações finais

A embolia gasosa é uma complicação relevante e presente dentro do ambiente hospitalar. Compreender sua fisiopatologia é essencial para garantir maior segurança do paciente.

Palavras-chave

embolia gasosa, parada cardiorrespiratória, UTI, esquizofrenia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Estudos e Pesquisa em Terapia Intensiva - CEPETI - Pernambuco - Brasil, Hospital Universitário Cajuru de Curitiba - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) - Escola de Medicina - Paraná - Brasil

Autores

Letícia Corso MELO, Paula Cristina Breda COLPANI, Juliano GASPARETTO, Viviane Bernardes de Oliveira CHAIBEN, Luana Alves TANNOUS