15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

GRAVES NEONATAL: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A doença de Graves Neonatal é definida pelo hipertireoidismo autoimune transitório, resultante da passagem placentária de anticorpos antirreceptores de tirotrofina (TRAb), presentes em mães com Graves prévio ou atual. Tendo em vista a raridade (1-5%) e a mortalidade (25%) de tal endocrinopatologia, é imprescindível o controle da doença em mulheres em idade fértil e gestantes, bem como a conscientização sobre a investigação da patologia no feto e o acompanhamento dos recém-nascidos em risco.

Objetivos

O presente trabalho tem como finalidade a apresentação de um relato de caso de um neonato, nascido de uma gestante com doença de Graves, diagnosticado com hipertireoidismo neonatal transitório.

Delineamento e Métodos


Neonato masculino nascido em 28/02/2017, de parto prematuro vaginal, 35 semanas de idade gestacional, pesando 2.150gr, Apgar 7.9. Mãe apresentava hipertireoidismo de Graves mal controlado, em uso de Tapazol durante a gestação. No 2º dia de vida evoluiu com taquipneia, gemência, dificuldade de sucção, HGT abaixo de 40mg%, com exames laboratoriais sem alterações, aceitando parcialmente a dieta (fórmula de partida). Seguiu com perda progressiva de peso, hemograma demonstrando anemia. Ao 17º dia, fez-se sondagem nasogástrica para alimentação. No 20º dia, após ausculta de sopro cardíaco, realizou-se ecocardiograma que identificou a persistência do forame oval. Retirou-se a sonda no 26º dia com o paciente pesando 2.110gr. Suspeitou-se então da endocrinopatologia, sendo solicitados exames da função tireoidiana, resultando em: TSH: 0,01 µUI/ml, T3: 11,48ng/ml, T4 total: 18,7 µg/dL, T4 livre: 3,33 ng/dL e TRABs: 23,47 UI/l. Iniciou-se Propranolol 2mg/Kg/dia e Tapazol 0,5 mg/Kg/dia.

Resultados

O paciente evoluiu para alta hospitalar no 32º dia, manteve acompanhamento clínico e laboratorial a cada três semanas até o 3º mês, momento em que apresentou TRABs: 1,73 UI/l, T3: 1,70 ng/ml, T4 total: 6,5 µg/dL, T4 livre: 0,91 ng/dL, TSH: 0,81 µUI/ml. Suspenderam-se os medicamentos. A função tireoidiana manteve-se normal, segundo os exames mostrados no quarto e quinto mês. Sua última avaliação foi aos 11 meses, onde apresentou TSH: 2,98 µUI/mL, T3: 1,41 ng/ml, T4 livre: 0,81 ng/dL, desenvolvimento neuropsicomotor e crescimento adequados para a idade.

Conclusões/Considerações finais

Infere-se, pois, a importância do reconhecimento e da terapêutica adequados na gestante durante o pré-natal, bem como o acompanhamento pós-natal do RN de risco, para diagnosticar a patologia e evitar complicações em curto e longo prazo.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

UNOESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Eduarda Surdi, Angela Hoppen, Bruna Francescki Sirena, Maria Joana Dambros Santos, Anelise Hadler Troger Camargo