15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ÚLCERA DE MARJOLIN: RELATO DE CASO COM EVOLUÇÃO INUSITADA

Introdução/Fundamentos

Fundamentação/Introdução: A úlcera de Marjolin, inicialmente descrita em 1828 pelo cirurgião francês Jean-Nicholas Marjolin, é caracterizada por neoplasias que surgiram em tecidos cicatriciais, úlceras crônicas e áreas de inflamação, sobretudo em queimaduras. Estas neoplasias apresentam evolução mais agressiva, maior tendência para recorrência local e disseminação metastática. Acredita-se que a patogênese esteja associada a mutações e fatores químicos e físicos que favoreçam a proliferação celular de células anormais, além de um microambiente imunossupressor que permite a evasão das células mutadas. Ocorre mais frequentemente nas extremidades de adultos do sexo masculino, entre 40 e 50 anos, sendo o período de latência, em média, de três décadas. O tipo histológico mais comum é o carcinoma de células escamosas, seguido pelo carcinoma basocelular, melanoma, sarcoma e outros. O tratamento primário é realizado com excisão cirúrgica radical, sendo a quimioterapia e a radioterapia indicadas de modo complementar em alguns casos.

Objetivos

Objetivos: Relato de um caso de úlcera de Marjolin com apresentação histopatológica e evolução atípicas.

Caso

Caso: Paciente do sexo feminino, 80 anos, procura serviço médico com nodulação dolorosa no 3º quirodáctilo direito. Refere que sofreu queimadura com borracha neste local há aproximadamente 18 anos, tendo evoluído com cicatriz atrófica e pigmentação enegrecida. A lesão foi excisada com diagnóstico histopatológico e imuno-histoquímico de neurofibroma. Retorna seis meses depois apresentando recidiva, com nódulo úlcero-vegetante doloroso contendo áreas enegrecidas. Nova excisão é realizada com diagnóstico morfológico de neoplasia maligna fusocelular cuja histogênese à imuno-histoquímica revelou melanoma acral ulcerado.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: No caso apresentado, tem-se uma evolução atípica de uma úlcera de Marjolin precedida de uma neoplasia benigna. O quadro de melanoma encontrado é pouco frequente e usualmente caracterizado por uma maior agressividade. A úlcera de Marjolin pode ser evitada com vigilância rigorosa durante o período de latência, sendo o acompanhamento clínico e patológico da lesão essencial para o diagnóstico precoce de malignidades e consequente melhor prognóstico do paciente.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí - Goiás - Brasil

Autores

Vinícius Gonçalves de Souza, Pedro Henrique Assis Carvalho, Laura Oliveira Carvalho, Aparecida de Lourdes Carvalho