15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Insulinoma: desafio diagnóstico

Introdução/Fundamentos

Primeiramente descrito em 1927, o insulinoma é caracterizado por alteração das células beta pancreáticas e responsável por 93,8% dos casos de hipoglicemia causada por hiperinsulinismo endógeno (HHE). O diagnóstico de hipoglicemia, em pacientes não diabéticos deve ser documentado através da Tríade de Whipple – baixa concentração de glicose plasmática (≤ 55 mg/dL); sintomas e/ou sinais consistentes de hipoglicemia; resolução da sintomatologia após aumento da glicemia – e confirmado através da dosagem de insulina plasmática (≥ 3 uU/mL) e peptídeo-C (≥ 0,6 ng/mL).

Objetivos

Relatar um caso de insulinoma diagnosticado e tratado em determinado hospital terciário do interior paulista.

Caso

Homem, 46 anos, admitido em sala de emergência com queixa de dor torácica tipo A associada a tontura, sudorese e pico hipertensivo; sem comorbidades. Relatava consultas médicas frequentes nos últimos 5 anos devido a episódios de perda de consciência, amnésia, tontura, sudorese e tremores. Inicialmente, suspeitou-se de Síndrome Coronariana Aguda (SCA); após eletrocardiograma, marcadores de necrose miocárdica seriados normais e ecocardiograma sob estresse farmacológico negativo, descartou-se. Contudo, o paciente apresentava hipoglicemia significativa em controles (mínimo de 48 mg/dL) associada a sintomatologia, com melhora após aumento das concentrações de glicose plasmática. Diante disto, prosseguiu-se a investigação de HHE: glicose plasmática baixa (40 mg/dL), insulina plasmática elevada (10,50 uU/mL) e peptídeo C elevado (4,02 ng/mL). Após, foram realizados exames de imagem, inclusive ressonância magnética de abdome, que demonstrou diminuta formação ovalar cística na cauda no pâncreas, com paredes espessadas e conteúdo líquido homogêneo medindo 1,5 x 0,7 cm. Assim, foi submetido a pancreatectomia parcial (distal) e esplenectomia, mantendo-se euglicêmico no pós operatório tardio. À análise da peça cirúrgica, confirmou-se tumor neuroendócrino bem diferenciado, pancreático. O paciente segue em acompanhamento clínico com a equipe da Oncologia, mantendo-se assintomático.

Conclusões/Considerações finais

Sinais e sintomas de hipoglicemia são incomuns em indivíduos não diabéticos. Destarte, tendo em vista a alta taxa de cura após abordagem cirúrgica, é de suma importância estabelecer a existência da Tríade de Whipple e aventar a hipótese mais comum de HHE: insulinoma. Diante do tamanho diminuto dos tumores, a investigação imagiológica negativa não exclui o diagnóstico, sendo imprescindível a utilização de outros métodos de imagem.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Thaís Stabile Martins, Fabio Rossetto Leão, Luciane Schadeck Martins Portelinha