15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Ácido úrico correlaciona-se com proteinúria em doadores renais com função renal normal

Fundamentação/Introdução

O transplante renal é a terapia de escolha para a maioria dos renais crônicos por aumento de sobrevida e melhora da qualidade desta. A nefrectomia para doação renal em geral não representa risco aumentado de Doença Renal Crônica ao doador, mas alguns estudos verificaram que a DRC pode ocorrer tardiamente, associada a novas comorbidades adquiridas por estes pacientes como hipertensão, proteinúria, doença cardiovascular e obesidade. Diversos estudos associam a hiperuricemia à efeitos tóxicos renais como vasoconstricção, retenção de sódio, aumento de radicais livres e piora da resistência insulínica.

Objetivos

Verificar o perfil clínico-laboratorial dos doadores e identificar marcadores de DRC pós-doação renal.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal com 50 doadores renais de ambos sexos, previamente saudáveis à época da doação renal, que consultaram ao menos 3 vezes no ambulatório de acompanhamento de doadores renais, sendo verificado história clinica e exames laboratoriais. Os dados foram catalogados e analisados em programa estatístico graphpad utilizando os testes Shapiro-Wilk, teste t não-pareado, Mann-Whitney (p<0.05) e correlações de Pearson and Spearman.

Resultados

Foram incluindo na pesquisa 50 pacientes 16 homens e 34 mulheres (41% doaram o rim para irmãos, 16% para cônjuge e 10% para filho/filha).Tempo médio após doação 9+/-4,4 anos. Em relação ao IMC 60% dos pacientes tinham IMC acima 25 (38% com sobrepeso e 22 % obesidade). Quanto à doença atual 30% apresentavam diagnóstico de HAS, 12,2% intolerância à glicose, 33% dislipidemia, 18% litíase renal e 9% diabéticos. A presença de marcador de DRC TFG diminuída (<60ml/min) (14%) e /ou microalbumúria /proteinúria (26,2%). Os pacientes com DRc tiveram valores de microalbuminúria (57,8+/-53,1 vs 7,0+/-6,8 p<0,001 ) proteinúria ( 176,9+/-93,4 vs 77,5+/-32 p=0.004 ) e ácido úrico ( 5,64+/-0,84 vs 4,8+/-1,0 p=0,012 ) mais elevados em comparação aos que não tinham DRC. O ácido úrico correlacionou-se negativamente com a TFGe (r=-0,5 p=0,004).Quando analisamos somente os pacientes com microalbuminúria com TFGe normal, o ácido úrico correlaciona-se positivamente com a microalbuminúria (r=0,44 p=0,01)

Conclusões/Considerações finais

Em amostra de doadores renais a incidência de marcadores de DRc foi maior que na população geral (estimado em 10%), os pacientes com algum grau de disfunção renal apresentavam-se mais hipertensos e com ácido úrico mais aumentado. Verificou-se que os níveis séricos de ácido úrico correlacionaram-se com diminuição da TFGe e com o aumento da microalbuminúria.

Palavras-chave

Doadores, função-renal, ácido úrico, proteinúria, renal-crônico, nefrectomia.

Área

Clínica Médica

Instituições

HU-UFMA - Maranhão - Brasil, UFMA - Maranhão - Brasil

Autores

Erika Cristina Ribeiro de Lima Carneiro, Teresa Cristina Alves Ferreira , Patrícia Gonçalo de Sousa Morais, Ana Josephy Silva Costa Oliveira, Cássio Henrique Souza, Jonathan Barbosa Castro