15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

NEUROPATIA ÓPTICA DE ETIOLOGIA AUTOIMUNE: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A neurite óptica é a neuropatia óptica mais comum em jovens, e é uma das causas mais comuns de perda visual. Sendo dolorosa, pode estar relacionada a doenças de etiopatologia imunomediada.

Objetivos

Descrever um caso clínico de neuropatia óptica de etiologia autoimune.

Caso

Paciente, sexo feminino, 14 anos, apresentou em dezembro de 2017, dor retro-ocular sem queixas de baixa da acuidade visual, primeiramente, no olho esquerdo, e em seguida no olho direito. A mesma apresenta histórico familiar de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) (pai). Foi diagnosticada com “neurite óptica de provável etiologia autoimune” e introduzido tratamento com budesonida por via tópica. Foram realizadas ressonâncias magnéticas (RM) de crânio e órbitas que não evidenciaram anormalidades significativas. À fundoscopia, apresentou edema de papila e através do mapeamento de retina, evidenciou-se edema de disco óptico bilateral. O exame do líquido cefalorraquidiano mostrou pressão normal, com 1 célula/mm3 (90% de linfócitos, 10% de monócitos), níveis normais de gamaglobulinas e sorologias para neuroparasitoses e neurossífilis não reagentes. A eletroforese de proteína no soro e provas de atividade inflamatória também mostraram níveis normais. Estudos imunológicos revelaram fator anti-núcleo (FAN) negativo, aquaporina 4, anticorpos anti-Ro e anti-La não reagentes; assim como, o anticorpo anti-DNA nativo e o fator reumatoide. No entanto, após o desmame da corticoterapia, os sintomas reapareceram. Logo, iniciou-se pulsoterapia com metilprednisolona por 05 dias, em novembro de 2018. Após a pulsoterapia, iniciou o desmame com prednisona via oral e com o término, sentiu dor retro-ocular novamente. Dessarte, os médicos reiniciaram a corticoterapia; contudo, com o desmame em curto intervalo, relatou retorno da dor nos olhos. Atualmente, reiniciou-se o uso de prednisona e introduziu-se azatioprina e a paciente vem em extensa avaliação neurológica, oftalmológica e reumatológica com a realização periódica de RMs, exames oftalmológicos e sorológicos.

Conclusões/Considerações finais

Percebe-se que não existem dados laboratoriais que permitam o diagnóstico de LES ou outras colagenoses. Apesar disso, dados clínicos como história familiar e a reincidência dos sintomas após término de corticoterapia apontam para uma patologia de etiologia autoimune. Portanto, é nítido a importância deste relato de caso devido aos poucos casos semelhantes descritos na literatura médica.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - Paraíba - Brasil

Autores

Larissa Edilza de Lima, Polyana Maria Cruz Collaço, Bianca Etelvina Santos de Oliveira