15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPERTERMIA MALIGNA: UM RELATO DE CASO.

Introdução/Fundamentos

A hipertermia maligna (HM), doença autossômica dominante, é caracterizada por hipertermia, hipercarbia, acidose, taquicardia, rigidez muscular e rabdomiólise, constituindo uma síndrome hipermetabólica. Taquipneia, taquicardia, arritmias, insuficiência renal e hepática e coagulação intravascular disseminada (CIVD) também podem surgir. É mais prevalente em homens jovens de raça branca. A mortalidade no Brasil é de ¼ dos pacientes. A HM ocorre geralmente por agentes inalatórios, mas também pela succinilcolina, calor e exercício vigoroso. Em suspeita de HM, o agente desencadeador é suspendido, resfriamento e hiperventilação com oxigênio devem ser instituídos, além do antídoto Dantrole sódico 2,5mg/kg a cada 5 minutos até controle da crise. O diagnóstico é clínico, mas o exame padrão-ouro é o teste de contratura muscular invitro.

Objetivos

Demonstrar a importância dos sinais clínicos, do diagnóstico e abordagem precoces, ainda que a HM apresente grande morbimortalidade.

Caso

Mulher, 36 anos, sem comorbidades, alérgica a cefalosporinas e penicilinas, com mamoplastia prévia sob anestesia local e sedação e cesárea, foi internada para nova mamoplastia e rinoplastia. Iniciado o ato anestésico, apresentou bradiarritmia, alteração na curva de concentração final expiratória de gás carbônico, temperatura esofágica de 44°C, rigidez muscular e acidose metabólica não compensada. Paciente evoluiu para parada cardiorrespiratória (PCR) e foram iniciadas as manobras e medidas de ressuscitação cardiopulmonar. Ao diagnóstico de HM, iniciou-se 440mg de Dantrolene sódico, medidas para reduzir temperatura corporal e encaminhamento para Unidade de Terapia Intensiva. Paciente encontrava-se pálida, afebril, com pupilas anisocóricas, sangramento difuso pela face, frequência cardíaca de 150 batimentos/minuto, pressão arterial de 60x23mmHg, enchimento capilar maior que 2 segundos, rigidez muscular e empastamento bilateral de panturrilhas. Exames laboratoriais indicavam rabdomiólise, falência renal, hepática e hematológica. Tomografia computadorizada de crânio evidenciou edema cerebral difuso. Após 22 horas do início do quadro, paciente foi a óbito por choque refratário, acarretando em assitolia.

Conclusões/Considerações finais

A HM é uma doença rara, potencialmente fatal. Este relato evidencia a dificuldade no manejo da HM, assim como sua alta morbimortalidade. A sobrevida do paciente depende do diagnóstico e terapêutica precoces, sendo importante a eficaz atuação dos profissionais envolvidos.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Luiza Fernandes Motta, Ariane Karen de Sousa, Izabela Filipaki Kazama, Julia Schmitt Goss, Paula Taufer Peruzzolo